Caíque França conseguiu se salvar do futebol melancólico da Ponte Preta

A incerteza de Caíque, quando fixado como titular, causou preocupação, mas na sequência foi se firmando e transmitiu a necessária confiança

A incerteza de Caíque, quando fixado como titular, causou preocupação, mas na sequência foi se firmando e transmitiu a necessária confiança

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Campinas, SP, 15 (AFI) – Se é voz corrente que o goleiro Caíque França foi o destaque da Ponte Preta e um dos principais da posição na última edição da Série B do Brasileiro, faz-se necessário recapitular que o clube foi modelo na revelação de jogadores para a posição entre os anos 70 e 80 do século passado.

Wilson Quiqueto, o primeiro deles, teve o Santos como destino. Depois, o então treinador do juvenil pontepretano, Ilzo Neri, foi buscar o saudoso Waldir Peres na cidade de Garça, para que fosse lapidado como substituto de Quiqueto.

Depois, de Mogi Mirim chegou ao juvenil da Ponte Preta Moacir Cachorro, que, ao se destacar na equipe, foi contratado pela Portuguesa, em período que ela montava elencos de respeito.

PRATAS DA CASA

Como na década de 70 do século passado estava no DNA da Ponte Preta a revelação de pratas da casa, pelo clube fizeram sucesso jogadores como o goleiro Carlos Ganso, lateral-direito Edson Abobrão, zagueiros Oscar, Polozi e Juninho, e o atacante Osvaldo.

Tem-se que abrir um ‘parêntese’ para Carlos, o melhor goleiro da história do clube de todos os tempos, treinado à época pelo competentíssimo e saudoso Dimas Monteiro.

E o processo de revelações de goleiros parecia interminável com o surgimento de Sérgio Guedes, em meados da década de 80, mas a impressão ficada era de fonte ‘secada’ até o surgimento do goleiro Aranha em duas passagens, a mais aplaudida no triênio de 2016 a 2018, quando cedeu a posição para o então garoto Ivan, que fez o torcedor reviver Carlos Ganso.

Ivan foi tão soberano na meta pontepretana que até Tite, enquanto treinador da Seleção Brasileira, o convocou em 2019.

Aí, em janeiro de 2022, com vários clubes pretendentes para contratá-lo, o destino foi o Corinthians.

MÃOS VAZIAS

O pior da história é que a Ponte Preta ficou de mãos vazias. Havia emprestado cerca de R$ 12 milhões de empresários que cuidavam da carreira do atleta, e a garantia de pagamento seria ressarcimento em transação futura.

Foi quando o Corinthians surgiu na vida de Ivan, mas como ganhar a posição do absoluto Cássio?

Logo, foi moeda de permuta por empréstimo com jogadores brasileiros então vinculados ao futebol russo, porém lá permaneceu por pouco tempo.

De volta ao País, evidente que o espaço continuou encurtado no Timão, e o destino dele, nesta temporada, foi repasse por empréstimo ao Vasco, porém escalado em apenas seis partidas.

Logo, não se firmou como titular e cedeu a posição para Léo Jardim.

YGOR VINHAS

Em 2022, o departamento de futebol da Ponte Preta apostou todas as fichas em Ygor Vinhas, até então reserva de Ivan.

Foi um erro de cálculo e conceito. Nem de longe Vinhas lembrou o antecessor Ivan, obrigando dirigentes do clube a recorrerem a outro goleiro.

Foi aí que entrou no cenário Caíque França, disponível no Corinthians, na expectativa de suprir aquela carência na equipe.

A incerteza de Caíque, quando fixado como titular, causou preocupação, mas na sequência foi se firmando e transmitiu a necessária confiança, tanto que terminou a última Série B do Brasileiro como um dos principais da posição, sendo, consequentemente, cogitado para reforçar clubes como Goiás, Sport e Paysandu, mas tem contrato com a Ponte Preta até o final do Paulistão de 2024.