Atibaia, SP, 22 (AFI) – Um passo por vez. Esta foi a campanha do Atibaia na Série A3. Recém promovido da última divisão do futebol paulista, a Segundona, o Falcão chegou no estadual como coadjuvante para os demais, mas com vontade de brigar internamente. Após 24 rodadas, o elenco pode comemorar de uma forma heróica o acesso à Série A2 de 2016.

“Nós não podíamos chegar falando de acesso, tínhamos acabado de sair de um vice-campeonato e ainda somos relativamente novos. Mas por dentro a gente sabia que ia brigar. Montamos um elenco pra isso”, confessou o vice-presidente Léo Silvério, em entrevista exclusiva ao Futebol Interior. Ele também comentou sobre a campanha do Atibaia na competição.

O Falcão começou a competição com o técnico Luiz Muller, o mesmo que comandou o elenco no vice-campeonato da Segundona Paulista. Ele ficou com o time até a 14ª rodada, quando perdeu por 4 a 1 para o Votuporanguense fora de casa e acertou sua saída com a diretoria. Antes, a Itapirense também venceu os comandados de Muller por 1 a 0. Ele deixou o clube na 4ª posição, com 24 pontos.

Depois, Luiz Carlos Ferreira, conhecido como Rei do Acesso, assumiu o clube também brigando pelo acesso, na 16ª rodada. Com o novo treinador, o Atibaia venceu o São José em casa e voltou a caminhar para o Quadrangular. Foram seis jogos a frente do elenco, com duas vitórias, dois empates e ainda duas derrotas. O triunfo mais importante foi contra o Flamengo de Guarulhos.

Jogando fora de casa na 19ª rodada, o Atibaia conseguiu uma vitória magra, por 1 a 0, graças ao gol de Adauto, principal artilheiro do clube. O jogador balançou as redes no comecinho do segundo tempo, logo aos dois minutos. Ali, o elenco garantiu os três pontos e assumiu a vice-liderança da competição graças ao empate do Votuporanguense em 1 a 1 com o São José FC.

O placar deixou o clube no Grupo 3 do Quadrangular Final, longe do “grupo da morte”, formado por Juventus, Inter de Limeira, Votuporanguense e Grêmio Osasco. Ao lado do Atibaia estava Primavera, Barretos e Taubaté. Ainda que estive junto de outros três clubes que também foram promovidos na última temporada, os números do cube eram desanimadores: não conquistou nenhum ponto nos confrontos diretos da primeira fase.

Mas em campo a história foi outra, justamente graças ao vice-presidente Léo Silvério. Ao acertar a dispensa do técnico Ferreirão, o cartola contratou Paulo Serdan para auxiliá-lo na comissão técnica. Como todos esperavam um novo nome para a área técnica, a notícia foi recebida como surpresa. Dali para frente, seria o time seria comandado pelo dirigente.

“Eu falei para os jogadores que o acesso era importante, iria ser fundamental na carreira deles. Não mudei nada, só tentei voltar com o padrão de jogo que tínhamos no começo do campeonato”, definiu Léo Silvério, que comandou o elenco em quatro rodadas, com dois empates e duas vitórias no Grupo 3. Assim como na primeira fase, o Atibaia guardou o drama para o “último minuto”.

Depois de vencer o Primavera fora de casa por 2 a 0, o Falcão voltou para a briga, enquanto o Taubaté fez 1 a 0 no Barretos e garantiu-se na grande final da competição, além do acesso. Esta situação deixava o BEC a Atibaia precisando de uma vitória para subir e mais: eles se enfrentariam em Indaiatuba, no estádio Ítalo Mário Limongi.

O empate dava a vaga na Série A2 para o Barretos e assim foi até os 46 minutos do segundo tempo. Em uma cobrança de escanteio, a bola sobrou dos pés do atacante André Tavares, que fuzilou o gol adversário e colocou o clube pela primeira vez na história na divisão de acesso do Paulistão. “Agora tudo vai ser diferente, vamos enfrentar times profissionais. Mais de 80% dos clubes ali já disputaram a principal divisão”, afirmou Léo Silvério.