Wilson Quiqueto, campeão pela Ponte Preta em 1969

Goleiro revelado pela Macaca fixou residência em Santos

Wilson Quiqueto, campeão pela Ponte em 1969

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Há 51 anos surgiu no time juvenil da Ponte Preta um goleiro cabeludo natural de Jundiaí chamado Wilson Quiqueto, que mal viu o goleiro Aníbal atuar na equipe principal e observava atentamente o sucessor dele, Dado.

Em 1966, aos 18 anos de idade e identificado apenas como Wilson, já sentiu o gostinho de um título invicto, ou melhor: com vitórias em todos os jogos nos juvenis, no campeonato municipal da categoria organizado pela Liga Campineira de Futebol.

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Contava-se, na ocasião, dois pontos por vitória e calculava-se pontos perdidos para classificação. O Guarani veio em segundo com três pontos perdidos, seguido pelo Mogiana com nove pontos.

O time da época, treinado pelo saudoso Carlos Verginelli, o Lilo, tinha o igualmente saudoso Renato Righeto como diretor de futebol, e era formado por Wilson; Dante, Celso e Bira; Sérgio Moraes e Geraldo Spana; Serginho, Dicá, Adilson II, Clóvis e Jair.

Naquela temporada, os goleiros do profissional foram Valdemar, Chicão – que veio do São Bento -, Pivetti e Guilherme.

Wilson tinha reflexo apurado, bom posicionamento e destaca-se no juvenil. Logo, foi natural a promoção ao time profissional, com estréia dia 29 de julho de 1967, em partida válida pelo Campeonato Paulista da Primeira Divisão, seletiva para a principal competição paulista que chamava-se Divisão Especial.

ESTRADA DE SOROCABA

A estréia de Wilson foi com vitória por 2 a 1 sobre o extinto Estrada de Sorocaba, com essa formação: Wilson, Nelson, Samuel, Geraldo Spana e Luizinho; Sérgio Moraes e Nenê; Carlinhos, Dicá, Manfrini e Adilson I.

Difícil para Wilson Quiqueto foi ter sido sacado da equipe em 1968, com a reformulação feita pelo então presidente Ralfo Fonseca Ribeiro, que resultou na perda da posição para Machado, goleiro vindo da Ferroviária de Araraquara.

Riograndino Miranda Barbosa e Gilberto Jacobucci, diretores de futebol da época, montaram equipe experiente com jogadores da Ferroviária, Botafogo (SP) e XV de Piracicaba.

Eis a equipe: Machado; Virgílio, Samuel, Beto e Santos; Márcio e Roberto Pinto; Nicanor (Warner), Jair Bala e Paulo Leão e Adilson.

No primeiro turno o treinador foi João Leal Neto; posteriormente Cilinho.

O novo fracasso na tentativa de acesso obrigou Sérgio Abdalla, que havia assumido a presidência, a renovar o elenco com a garotada recém promovida do juvenil, e comandada pelo treinador Zé Duarte, também responsável pela supervisão do serviço de cozinha.

O ‘fardamento’ do goleiro Wilson era ora cinza escuro, ora cinza claro. Já a camisa dos demais era branca com duas faixas verticais pretas no lado esquerdo, diferente da faixa transversal de hoje.

CAMPEÃ

E aquela molecada, recauchutada com reforços como o volante Teodoro, meia Roberto Pinto e ponteiro-direito Alan, levou a equipe ao acesso à divisão principal paulista com o título no torneio quadrangular, após vitórias por 3 a 1 e 3 a 0 sobre Linense e Noroeste respectivamente, e derrota por 3 a 1 para a Francana, todos jogos no Estádio Palestra Itália.

Eis o time campeão: Wilson; Nelson, Samuel, Araújo (Geraldo Spana) e Luizinho; Teodoro e Roberto Pinto; Alan (Joãozinho), Dicá, Djair (Manfrini) e Adilson I (Zezinho).

Em 1973 Wilson foi contratado pelo Santos para dividir a condição de reserva com Cláudio, visto que o titular era o argentino Cejas.

Cinco anos depois Wilson foi jogar Bom Bosco do Mato Grosso, que disputava o Campeonato Brasileiro. Em 1979 ocorreu o encerramento de carreira na Inter de Limeira.

Em seguida retornou ao litoral e ocupou a função de preparador de goleiros no Santos. Caiu nas graças do treinador Castilho, e por isso o acompanhou à Arábia Saudita, ficando por lá durante 18 anos.

Treinadores amigos, como Geninho, de vez em quando o levavam para trabalhos em clubes brasileiros. A residência oficial foi fixada em Santos.