Torcedor símbolo do Internacional, Xuxu é velado no Beira-Rio
Conheça a história do torcedor símbolo que acompanhou o clube colorado em mais de 600 jogos fora de casa
Conheça a história do torcedor símbolo que acompanhou o clube colorado em mais de 600 jogos fora de casa
Porto Alegre, RS, 15 (AFI) – O Internacional se despediu de um grande colorado nesta quarta-feira, mas ganhou uma estrela das mais brilhantes no céu. Xuxu, um verdadeiro torcedor símbolo, foi velado em meio a um jogo do Inter na Capela Nossa Senhora das Vitórias, assim como sempre desejou.
Enquanto o Internacional vencia o Cianorte e garantia classificação à quarta fase da Copa do Brasil, um telão instalado ao lado da capela transmitia a partida para um grupo de colorados que prestava homenagens ao famoso torcedor. Dentro do local, o Padre Ceron realizou uma missa para encomendação do corpo de Xuxu e deu início ao velório convidando todos a cantarem o hino colorado. Antes do jogo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem ao célebre torcedor, que acompanhou o Inter por toda vida, onde quer que fosse.
“Tem que ter muito orgulho de ser colorado, é um espírito de felicidade ser torcedor do Internacional. Na hora ruim e na hora boa sempre tem que estar do lado do Clube. Nada de vaia, de forma alguma. Ir ao jogo é uma diversão, um passeio, não leva a nada brigar e discutir”, dizia Xuxu.
QUEM ERA?
Conheça a história do torcedor símbolo que acompanhou o clube colorado em mais de 600 jogos fora de casa:
“O ano era 1967 e eu tinha 6 anos. Estava com minha babá, em casa, escutando rádio. Ela ficou muito chateada porque o seu time tinha perdido o jogo. Eu quis saber que time era esse e a sua resposta me tocou muito: ‘É o Clube do Povo do Rio Grande do Sul’”. Para Xuxu, foi nesse momento que ele se tornou colorado. A família, todos torcedores do Grêmio, tentaram muito que o menino trocasse de time. Mas falharam.
O amor pelas cores vermelha e branca falou mais alto. Em um Gre-Nal, Xuxu foi levado para entrar em campo junto com os jogadores tricolores.
“Aí eu senti o amor que tinha pelo Inter. Eu entrei de mão dada com eles, mas não estava feliz”, afirma o torcedor, que prefere nem revelar o nome de batismo, já que é mais conhecido pelo apelido que ganhou por gostar “muito mesmo” da hortaliça-fruto (que tem a grafia ‘chuchu’).
Com 51 anos, ele completou com muito orgulho a marca de ter acompanhado o Inter em 600 jogos fora do estádio Beira-Rio disputados por várias partes do mundo. Essa vontade de acompanhar o time começou bem cedo. Com 6 anos, decidiu que iria assistir ao jogo entre Novo Hamburgo e Internacional. Pegou um ônibus sozinho e foi.
“Me encontraram chorando e morrendo de medo porque não sabia voltar. Cheguei no estádio, mas não sabia voltar. Telefonaram para o meu pai e me levaram pra casa. Tomei uma cintada da minha mãe, mas valeu a pena porque o Inter ganhou de 1 a 0”.
Ser torcedor do Inter surpreendeu a família. O pai levou um susto quando chegou em casa e encontrou Xuxu vestindo o manto sagrado comprado pela babá. O avô se surpreendeu ainda mais quando o neto, com 12 anos, pediu de presente uma cadeira no estádio Beira-Rio. Estranhou, mas deu.
“Com 13 anos pedi de presente uma viagem para o Rio de Janeiro pra acompanhar o Inter. Eu podia escolher uma viagem para a Disney, ou qualquer outro lugar. Mas eu queria ver o jogo do Inter. Já tinha 40 jogos fora.”
Aos 14 anos, Xuxu sofreu o primeiro AVC e começou a ter problemas pessoais, mas isso não o impediu de seguir torcendo e viajando. O destino mais longe foi Japão, quando viu em 2006 o seu time ser Campeão do Mundo. Todos os anos, assim que saía a tabela dos campeonatos, ele comprava as passagens para todos os confrontos.





































































































































