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ARIOVALDO IZAC

Eberlin fica na bronca com o repórter, que 'fura' a concorrência

Muitas vezes interesses de cartolas conflitam com o trabalho de quem faz reportagem, e se municia de boas fontes de informações.

Inclusive Marco Eberlin foi irônico ao citar que não sabia se o profissional trabalha em algum veículo de comunicação da cidade de Campinas.

Marcelo Fernandes, técnico da Ponte Preta
Marcelo Fernandes, técnico da Ponte Preta

Por ARIOVALDO IZAC

Campinas, SP, 28 (AFI) – Na antevéspera de Natal, o agora vice-presidente da Ponte Preta, Marco Eberlin, em entrevista à Rádio Bandeirantes-Campinas, ‘desceu o reio’ no repórter Lucas Rossafa, da Rádio Jovem Pan News-Campinas.

Inclusive Eberlin foi irônico ao citar que não sabia se o profissional trabalha em algum veículo de comunicação da cidade.

Cabe esclarecer que não sou corporativista da categoria jornalística, e incontáveis vezes contestei algum tipo de comportamento.

Rossafa ‘deita e rola’ em cima dessa ‘reportaiada’ que espera a informação cair no colo, enquanto ele se municia de fontes para esclarecer os seus ouvintes.

Se a bronca principal de Eberlin, que não procedia a informação dada sobre o treinador Marcelo Fernandes não ter assinado o contrato à próxima temporada, parece que o assunto ficou esclarecido quando o profissional teria feito acordo verbal.

Então, isso seria assunto devidamente esclarecido e nem precisava de tanto barulho.

SEMEIA ÓDIO

Daí a citar que o repórter semeia ódio, que as informações dele são dilaceradoras e a diretoria precisa apagar o ‘incêndio’, convenhamos que pode ser exagero.

Muitas vezes interesses de cartolas conflitam com o trabalho de quem faz reportagem, e se municia de boas fontes de informações.

PLANTAR INFORMAÇÕES

A confissão de Eberlin que ‘plantou informações’, com a finalidade de descobrir quem teria feito o repasse ao repórter, é preocupante.

Ele afirmou ter descoberto os funcionários que assim procederam, que teriam traído a confiança da diretoria, obrigando-o a demiti-los.

Nas três últimas décadas do século passado, quando atuei como repórter, muitas vezes tive dificuldade no relacionamento com cartolas, principalmente quando ‘furava’ a concorrência, ou transmitia informações reais, mas de desagrado do comando.

VIVI ISSO NO PASSADO

Eu vivi situação com alguma semelhança em 1980, quando o Diário do Povo – jornal que eu trabalhava – furou a concorrência com o título enfático que ‘Cláudio Garcia é o novo treinador do Guarani e se apresenta hoje’.

Que ‘brigaiada’ do vice-presidente Zezo dos Santos e os saudosos Sidney Pavan (homem do futebol) e o então presidente Antonio Tavares Junior.

Todos saíram a procura do funcionário ‘dedo duro’, mas desconheciam que o ‘cabra aqui’ esperou toda reportaiada se mandar do Estádio Brinco de Ouro para subir ao primeiro andar do ‘queijo’, colocar as ‘oreias’ na porta fechada, e escutar o nome de Cláudio Garcia.

E aí, como eu trabalhar o resto da informação?

FONTES E AMIGOS

Quem contava com amigo jornalista de referência, como o saudoso Brasil de Oliveira, sempre estava perto de informações privilegiadas.

“Ari, me dê dez minutos para checar essa informação”, foi a resposta dele, ao meu telefonema.

E ao acionar as fontes confiáveis, ele cravou: ”Pode publicar sem medo. O treinador está contratado e vai se apresentar no dia seguinte”.

Dito e feito, para desespero do nosso principal concorrente – o jornal Correio Popular .

Os cartolas tentaram descobrir qual deles, trancados naquela sala, teria traído a confiança, com repasse da informação.

Como o clima ficou pesado, aqueles cartolas trataram de fazer compensação, com repasse da informação exclusiva da contratação do meia Banana ao Correio Popular.

Bons tempos em que o repórter circulava livremente nos estádios de Campinas e não ficavam na dependência dos dispensáveis assessores de imprensa.