Marcelo Fernandes apoia greve do elenco e expõe crise financeira na Ponte Preta

O treinador classificou o cenário como desgastante e reconheceu o direito dos atletas após meses de promessas não cumpridas.

O comandante alvinegro destacou o comprometimento do grupo ao longo da temporada, mesmo diante dos problemas extracampo

ponte marcelo
Marcelo Fernandes, técnico da Ponte Preta

Campinas, SP, 26 (AFI) – Em meio à grave crise financeira enfrentada pela Ponte Preta, o técnico Marcelo Fernandes manifestou apoio público à decisão do elenco de suspender as atividades até que os salários atrasados sejam quitados. O treinador classificou o cenário como desgastante e reconheceu o direito dos atletas após meses de promessas não cumpridas.

“É uma situação muito chata. Os atletas aguentaram até o último momento. Fim de ano todo mundo quer estar com a família, e muitos meses de atraso deixam qualquer um chateado“, afirmou Marcelo Fernandes, em entrevista à Rádio CBN Campinas.

O comandante alvinegro destacou o comprometimento do grupo ao longo da temporada, mesmo diante dos problemas extracampo. Segundo ele, a postura dos jogadores foi profissional do início ao fim, o que reforça a legitimidade do movimento adotado nesta semana.

“Eles têm direito por tudo o que passaram e entregaram. Eu apoio 100% o que estão fazendo“, completou.

Marcelo também revelou que a situação atinge diretamente a comissão técnica. Apesar de ter renovado contrato, ele afirmou que acordos financeiros antigos não foram cumpridos pela diretoria.

“No meu caso e da comissão, combinaram de acertar pendências do passado e isso não aconteceu“, disse, cobrando que o clube volte a ser referência no cenário nacional.

PARALISAÇÃO

A paralisação ocorre em um momento delicado do calendário. A Ponte estreia no Paulistão no dia 11 de janeiro, contra o Corinthians, na Neo Química Arena, em um campeonato curto e de alto risco esportivo.

“É ruim ter greve no meio da pré-temporada. Não poderia ter acontecido. Espero que a diretoria resolva isso rápido“, alertou o treinador.

Mesmo com os atrasos, Marcelo relembrou o esforço coletivo na Série C, quando o clube conquistou o acesso e o primeiro título nacional de sua história. O treinador destacou o profissionalismo do grupo, mas admitiu frustrações pessoais, como não ter recebido a medalha de campeão após a invasão no Majestoso.

Com atrasos que chegam a até sete meses para alguns atletas e também atingem funcionários do clube, o ambiente segue instável. A crise já provocou saídas no elenco e pode gerar novas baixas, aumentando a pressão sobre a diretoria para uma solução imediata.