Clube sob investigação por manipulação recorreu a sérvio ligado a fraude no basquete
A solicitação foi feita pelo Centro Esportivo Força e Luz, equipe do Rio Grande do Norte frequentemente citada em alertas de irregularidades esportivas
Popovic ganhou notoriedade recente no cenário esportivo brasileiro ao investir no Rio Claro, tradicional equipe de basquete do interior paulista que estava afastada das competições
Natal, RN , 24 (AFI) – Investigado por suposta participação em fraudes envolvendo partidas de basquete no Brasil, o sérvio Svetozar Popovic teve o pedido de residência no país intermediado por um clube de futebol que também é alvo de apurações por manipulação de resultados.
A solicitação foi feita pelo Centro Esportivo Força e Luz, equipe do Rio Grande do Norte frequentemente citada em alertas de irregularidades esportivas.
PROCESSO
O processo tramitou no Ministério da Justiça e Segurança Pública ao longo de 2024 e teve a autorização concedida em setembro do ano passado, conforme registros publicados no Diário Oficial da União. No entanto, em março deste ano, a permissão foi revogada. A decisão apontou a “cessação do fundamento que embasou a autorização de residência” como justificativa para o cancelamento.
Em resposta à reportagem, o Ministério da Justiça confirmou apenas a revogação do benefício. Segundo a Secretaria Nacional de Justiça, o encerramento do processo foi formalizado no Diário Oficial, e detalhes adicionais não foram divulgados por estarem protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados.
CENÁRIO ESPORTIVO
Popovic ganhou notoriedade recente no cenário esportivo brasileiro ao investir no Rio Claro, tradicional equipe de basquete do interior paulista que estava afastada das competições havia dois anos. O retorno do clube ao calendário nacional, em meados de 2025, foi impulsionado pela parceria com o empresário sérvio.
Entretanto, o vínculo foi encerrado após o avanço de investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Fiba (Federação Internacional de Basquete). Ainda não está esclarecida qual era, de fato, a relação de Popovic com o Força e Luz, responsável por formalizar o pedido de residência.
CLUBE
O clube potiguar, por sua vez, aparece de forma recorrente em relatórios e alertas que apontam suspeitas de manipulação de resultados. Nos últimos dois anos, ao menos dez partidas envolvendo a equipe apresentaram indícios considerados relevantes.
Em março do ano passado, o Força e Luz foi alvo de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Norte, motivada, entre outros fatores, por uma derrota por 6 a 0 para o ABC. À época, o MP afirmou haver elementos concretos que indicariam a ocorrência de fraudes.
Mesmo após a investigação, novos jogos entraram no radar das autoridades. A derrota por 2 a 0 para o América-RN, em janeiro, pelo Campeonato Potiguar, e a goleada de 7 a 0 sofrida diante do Operário-PR, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, também são analisadas por apresentarem padrões atípicos.
EX-JOGADOR
Ex-jogador de basquete, Popovic tem 38 anos e acumulou passagens por clubes da Sérvia, França, Áustria, Eslovênia e Romênia. Em junho, firmou contrato de investimento com o Rio Claro por quatro anos. O acordo incluiu a chegada de atletas estrangeiros e integrantes da comissão técnica, todos compatriotas do empresário.
PROJETO
O projeto acabou sendo descontinuado após o clube ser oficialmente comunicado sobre as investigações. Pelo menos duas partidas do Rio Claro estão sob suspeita. Uma delas ocorreu em 20 de novembro, na derrota por 74 a 61 para o Botafogo, pelo NBB. Relatórios apontam indícios considerados “claros e contundentes” de manipulação, incluindo movimentações de apostas que indicavam previamente uma pontuação total abaixo de 160 pontos.
Mais recentemente, outro resultado chamou atenção: a derrota por 95 a 64 para o São José, também pelo NBB, apresentou padrões compatíveis com apostas que projetavam uma margem mínima de 15 pontos.
NBB
A Liga Nacional de Basquete informou, em nota, que tomou conhecimento das suspeitas em novembro de 2025 e comunicou imediatamente o caso às autoridades competentes, incluindo Polícia Federal, Ministérios do Governo Federal, Confederação Brasileira de Basquete e Fiba.
A entidade afirmou ainda que segue monitorando as partidas e colaborando com as investigações, sem divulgar mais detalhes para não comprometer o andamento dos processos.
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