ESPECIAL PAULISTÃO A4:Um ano de histórias, acessos e emoção

O Paulistão Série A4 de 2025 foi marcado por competitividade, histórias fortes, acessos históricos e bastidores marcantes. Relembre tudo no Especial FI.

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União Barbarense foi campeão, Paulista voltou à A3 e o Paulistão A4 mostrou, mais uma vez, a força do futebol do interior.

Campinas, SP, 17 (AFI) – O Campeonato Paulista da Série A4 de 2025 entrou para a história como uma das edições mais intensas e simbólicas do quarto nível do futebol paulista. Em um ano marcado por reformulações, desistências, campanhas memoráveis e episódios que extrapolaram as quatro linhas, a competição reafirmou seu papel como porta de entrada — e de resistência — para clubes tradicionais do interior.

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Disputada por 16 equipes, a Paulistão A4 Sicredi 2025 manteve o formato da temporada anterior e entregou ao torcedor um campeonato equilibrado, com brigas acirradas por acesso, drama contra o rebaixamento e decisões definidas no detalhe.

UM CAMPEONATO DE RESISTÊNCIA E RECOMEÇOS

A edição de 2025 começou antes mesmo da bola rolar. A Série A4 foi impactada por um verdadeiro “efeito cascata” no futebol paulista. A desistência do Red Bull Bragantino II da Série A3 abriu espaço para o XV de Jaú subir de divisão, movimento que acabou gerando uma nova vaga na A4, herdada pelo Araçatuba, terceiro colocado da Bezinha.

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Pouco depois, outra mudança significativa: o Ska Brasil, clube fundado pelo pentacampeão Edmilson, solicitou à Federação Paulista de Futebol a desistência da competição. Com isso, a Inter de Bebedouro, clube centenário, herdou a vaga e retornou ao cenário estadual.

Já a Matonense precisou mandar seus jogos fora de casa, em Taquaritinga, por não reunir condições em seu estádio. Um cenário que simbolizou bem o que seria o campeonato: superação para uns, dificuldades extremas para outros.

FORMATO, COMPETITIVIDADE E DRAMA

Na primeira fase, as 16 equipes se enfrentaram em turno único, ao longo de 15 rodadas. Os oito melhores avançaram às quartas de final, enquanto os dois últimos foram rebaixados para a Segunda Divisão Paulista.

O mata-mata confirmou a lógica do equilíbrio. Jogos tensos, viradas, goleadas inesperadas e festas no interior marcaram as quartas e semifinais. União Barbarense e Paulista de Jundiaí fizeram campanhas sólidas e souberam decidir nos momentos-chave.

O União Barbarense, que havia sido derrotado por 3 a 2 pelo Araçatuba no jogo de ida da semifinal, deu uma resposta histórica diante de sua torcida: goleada por 4 a 0, carimbando o acesso após seis anos fora da Série A3. Em Jundiaí, o Paulista confirmou a volta à terceira divisão ao bater o Nacional por 3 a 0, no Jayme Cintra.

FINAL, TÍTULO E CONSAGRAÇÃO

A decisão colocou frente a frente duas campanhas consistentes. No duelo de ida, em Jundiaí, o União Barbarense venceu por 1 a 0, levando vantagem para o jogo de volta.

No segundo confronto, em Santa Bárbara d’Oeste, o clima foi de decisão absoluta. Mesmo podendo perder por um gol de diferença, o União Barbarense jogou com autoridade e venceu novamente o Paulista por 1 a 0, com gol do meia Messias, coroando a melhor campanha da primeira fase com o título da Série A4.

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O acesso veio para ambos, mas o troféu ficou com o Leão, que celebrou não apenas a conquista, mas a reconstrução do clube.

Destaque absoluto para o técnico Raphael Pereira, que se tornou bicampeão da Série A4, após levantar a taça em 2024 com o Rio Branco. Já o Paulista confirmou o segundo acesso consecutivo, após o título da Segunda Divisão em 2024.

REBAIXAMENTOS, W.O. E CAPÍTULOS DOLOROSOS

Nem todas as histórias tiveram final feliz. A Matonense, que fechou a primeira fase com 14 derrotas em 15 jogos, acabou rebaixada de forma simbólica: na última rodada, sofreu W.O. por falta de policiamento no estádio Sócrates Stamato. Jogadores e arbitragem chegaram a entrar em campo, mas a bola não rolou, e o Penapolense venceu por 3 a 0, escapando do rebaixamento.

O outro clube rebaixado foi o Audax, vice-campeão paulista em 2016 sob o comando de Fernando Diniz, que viveu um dos capítulos mais difíceis de sua história recente.

ARTILHARIA, DESTAQUES E A FESTA DE PREMIAÇÃO

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Dentro de campo, a Série A4 revelou talentos e confirmou nomes importantes. O grande artilheiro da competição foi Fábio Azevedo, do São Caetano, com 13 gols em 16 jogos, sendo peça decisiva na campanha do clube.

O encerramento oficial da temporada aconteceu fora das quatro linhas, em Campinas. No dia 28, o Hotel Vitória recebeu a festa de premiação do Paulistão A4 Sicredi 2025, com a divulgação da Seleção do Campeonato.

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O evento, promovido pelo Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, em parceria com a FPF e o Portal Futebol Interior, celebrou a competitividade, a entrega e a técnica dos protagonistas do torneio.

Seleção do Paulistão A4 2025

  • Goleiro: Ivo Ricardo
  • Defesa: Renato Marola, Pedro Costa, Zé Mendes e Vitinho
  • Meio-campo: Lucas Silva, Cayo Bahia, Filipinho e Messias
  • Ataque: Fabinho Azevedo e Daniel Cruz
  • Técnico: Raphael Pereira

UM CAMPEONATO QUE SEGUE VIVO NA MEMÓRIA

O Paulistão Série A4 de 2025 mostrou, mais uma vez, que o futebol paulista pulsa forte longe dos grandes centros. Entre festas, quedas, histórias improváveis e personagens marcantes, a competição cumpriu seu papel: revelar, emocionar e manter viva a essência do futebol do interior.

No fechamento de mais uma temporada, a Série A4 deixa lições, memórias e a certeza de que, no menor dos palcos, muitas vezes, nascem as maiores histórias.