ESPECIAL RECOPA 2025: Racing cala o Rio e faz história
A CONMEBOL Recopa Sul-Americana de 2025 marcou a afirmação do Racing, que venceu o Botafogo com autoridade e conquistou o título inédito em uma decisão histórica.
Campinas, SP, 17 (AFI) – A temporada internacional de 2025 começou com uma mensagem clara: tradição pesa, mas momento decide. A CONMEBOL Recopa Sul-Americana 2025 colocou frente a frente dois campeões continentais, mas terminou como um marco histórico para o futebol argentino. O Racing Club de Avellaneda, com autoridade, maturidade e eficiência, superou o Botafogo nos dois confrontos e conquistou, pela primeira vez, a Recopa, fechando o placar agregado em 4 a 0.

Disputada em jogos de ida e volta nos dias 20 e 27 de fevereiro, a competição reuniu o campeão da Libertadores de 2024 e o vencedor da Sul-Americana do mesmo ano, abrindo oficialmente o calendário continental com um duelo de alto peso simbólico.
DOIS CAMINHOS, UM ENCONTRO HISTÓRICO
O Botafogo chegou à Recopa embalado pela maior conquista de sua história recente. Campeão da Copa Libertadores de 2024, após vencer o Atlético Mineiro por 3 a 1 no Monumental de Núñez, o clube carioca retornava ao cenário internacional com protagonismo e expectativa elevada.
Do outro lado estava o Racing, que viveu uma reconstrução silenciosa e eficiente. Campeão da Copa Sul-Americana de 2024, ao bater o Cruzeiro por 3 a 1 em Assunção, a equipe argentina voltou a disputar a Recopa pela segunda vez, agora com uma geração capaz de recolocar a “Academia” no topo do continente.
O regulamento mantinha a tradição: ida na casa do campeão da Sul-Americana, volta no estádio do vencedor da Libertadores. Assim, Avellaneda abriu a decisão; o Rio de Janeiro encerraria a história.
AVELLANEDA: O PRIMEIRO GOLPE
No El Cilindro, o Racing deu o tom da final. Diante de sua torcida, a equipe comandada por Gustavo Costas apresentou organização, intensidade e leitura tática superior. O Botafogo até tentou equilibrar a posse, mas sofreu com a pressão alta e a velocidade dos argentinos.

A vitória por 2 a 0 no jogo de ida não apenas deu vantagem no placar, como também trouxe um recado claro: o Racing sabia exatamente como ferir o adversário. O resultado deixou o time argentino confortável para o confronto decisivo no Brasil.
NILTON SANTOS: POSSE SEM PODER, EFICIÊNCIA LETAL
O cenário no Rio de Janeiro era de pressão total. Empurrado por sua torcida, o Botafogo dominou territorialmente o jogo de volta. Chegou a ter cerca de 75% de posse de bola, rondou a área adversária e tentou transformar volume em gol.
Mas o futebol, mais uma vez, premiou quem foi mais cirúrgico.
O Racing soube sofrer, resistiu nos momentos de maior pressão e contou com a segurança defensiva e com um inspirado John Victor, que ainda evitou um placar mais elástico no primeiro tempo com defesas importantes. Maximiliano Salas, Nazareno Colombo e Alex Telles tiveram chances claras, mas o gol não saiu.

Na etapa final, a diferença entre controle e eficácia ficou evidente. Matías Zaracho abriu o placar com um chute cruzado preciso, desmontando qualquer tentativa de reação alvinegra. Pouco depois, um erro defensivo de Alex Telles iniciou a jogada que terminou com Bruno Zuculini, após domínio no peito, empurrando para as redes.
O placar de 2 a 0, repetindo o jogo de ida, selou o agregado de 4 a 0 e deu início à festa argentina em pleno Estádio Nilton Santos.
UM TÍTULO PARA ENTRAR NA HISTÓRIA

O apito final não marcou apenas o fim da partida, mas o fechamento de um ciclo histórico. O Racing conquistou a CONMEBOL Recopa Sul-Americana pela primeira vez, completando sua galeria internacional:
- Libertadores de 1967
- Sul-Americana de 2024
- Recopa de 2025
Após 36 anos sem títulos internacionais, a Academia levantou dois troféus continentais em apenas três meses, algo que recolocou o clube entre os protagonistas do futebol sul-americano.
Para o técnico Gustavo Costas, a conquista simbolizou o sucesso de um trabalho sólido, baseado em identidade, disciplina tática e confiança no elenco.
NÚMEROS, MARCAS E CONTEXTO HISTÓRICO
A Recopa de 2025 também deixou números expressivos:
- O Racing venceu sua quarta final consecutiva em competições CONMEBOL, igualando a marca obtida em todas as outras 11 finais disputadas em sua história.
- Foi a 44ª final entre brasileiros e argentinos em torneios da CONMEBOL; com o título, a Argentina chegou a 26 conquistas contra clubes do Brasil.
- Bruno Zuculini voltou a marcar após mais de um ano sem gols oficiais.
- O Racing se tornou um dos poucos clubes argentinos a vencer títulos CONMEBOL em solo brasileiro e contra times brasileiros, entrando em um seleto grupo histórico.
- A Argentina alcançou sua 11ª Recopa, consolidando-se como a segunda maior vencedora do torneio.
UMA RECOPA PARA A MEMÓRIA
A CONMEBOL Recopa Sul-Americana de 2025 ficará marcada como a edição da afirmação definitiva do Racing e da frustração botafoguense diante da frieza e eficiência do adversário. Mais do que um título, foi a consolidação de um projeto, a celebração de uma identidade e a lembrança de que, no futebol sul-americano, saber sofrer é tão importante quanto atacar.
No balanço final de 2025, a Recopa deixa uma imagem clara: Avellaneda voltou a ocupar seu espaço no mapa do continente — e o fez com autoridade.





































































































































