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ARIOVALDO IZAC

Adeus a Manfrini, cuja história foi iniciada na Ponte Preta

Manfrini começou na Ponte Preta, passou pelo Palmeiras e brilhou no Fluminense nos anos de 1970. Ele morreu em São Paulo.

Como jornalista esportivo 'veião', eu vi coisas da década de 60 do século passado que apenas aquele pontepretano 'antigão' também viu.

Ponte Preta-fluminense-Palmeiras
Manfrini faleceu nesta quarta-feira

Por ARIOVALDO IZAC

Campinas, SP, 10 (AFI) – Muita gente conta os dias para atingir a aposentadoria, imaginando vida fácil e a chance de desfrutá-la, principalmente através de viagens.

Calma!

Na velhice são comuns os problemas de saúde. É o tal de uma dor aqui, outra dor ali, e por aí vai.

Como jornalista esportivo ‘veião’, o mais antigo da mídia campineira, vi coisas da década de 60 do século passado que apenas aquele pontepretano ‘antigão’ também viu.

COMEÇO DE MANFRINI

Quando anunciaram a morte do atacante Manfrini, aos 75 anos de idade, nesta quarta-feira, lembrei que ele teve um período de indefinição na chegada à Ponte Preta em 1968, na condição de centroavante abastecido pelos meias Roberto Pinto e Dicá.

Com a chegada dos ‘medalhões’ para incorporar o elenco pontepretano, Manfrini perdeu espaço na equipe para o saudoso centroavante Paulo Leão, e quase não foi usado naquele ano, na antiga divisão de acesso ao Paulistão.

Na temporada seguinte, com a lesão de Dicá, o então treinador da Ponte Preta, Zé Duarte – já falecido – o recuou para a função de meia-direita, exatamente pela característica de não se fixar na área adversária.

Manfrini também perderia a posição de centroavante, visto que a Ponte Preta havia contratado o experiente Djair para a posição.

REVOLTA DO PAI DELE

A história que relato abaixo ninguém me contou. Eu estava no Estádio Moisés Lucarelli e vi tudo com esses olhos que ‘um dia a terra há de comer’.

Como Manfrini abusava da individualidade até perder a bola, aquela situação provocava revolta de torcedores, principalmente aqueles situados nas vitalícias.

Como o pai de Manfrini vinha de São Paulo para assistir todos os jogos dele em Campinas, se revoltava com as críticas e discutia asperamente com torcedores.

Em algumas ocasiões a turma do ‘deixa disso’ foi obrigada a intervir, para acalmar aquela situação.

Com a divisão de acesso em andamento durante 1969, e a recuperação física de Dicá, Manfrini perdeu lugar na equipe, só recuperando-a na temporada seguinte.

CILINHO CORRIGIU

Com o desligamento de Djair da Ponte Preta, Manfrini retomou à função de centroavante e, orientado pelo saudoso treinador Cilinho, já usava a habilidade para prender a bola exatamente quando necessário, sem firulas, sem o abuso de dribles desnecessários.

E por ter se destacado, o Palmeiras o contratou. Todavia, a melhor fase na carreira dele foi a partir de 1973, no Fluminense.

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