Da IA ao intercâmbio de jogadores: Copinha vive revolução na descoberta de talentos

Na edição deste ano da Copinha, o Linense receberá sete jogadores oriundos de outros times da plataforma

Enquanto tecnologias de inteligência artificial ganham espaço nos processos de avaliação, plataformas de gestão multiclubes começam a redesenhar a estrutura tradicional

de
Crédito: Jhony Inácio/Ag. Paulistão

São Paulo, SP , 03 (AFI) – A Copa São Paulo de Futebol Júnior, maior laboratório de talentos do país, chega a mais uma edição em meio a transformações profundas na maneira como clubes e empresas identificam e desenvolvem jovens jogadores.

Enquanto tecnologias de inteligência artificial ganham espaço nos processos de avaliação, plataformas de gestão multiclubes começam a redesenhar a estrutura tradicional das categorias de base brasileiras.

INTERCÂMBIO

Um dos exemplos mais emblemáticos dessa nova dinâmica é o intercâmbio promovido pela Squadra Sports, que integra cinco clubes e utiliza o Linense como uma das principais vitrines de seu ecossistema.

Inspirado em modelos internacionais de holdings esportivas, o grupo faz circular atletas entre Londrina-PR, Linense-SP, VF4-PB, Ypiranga-BA e Conquista-BA para acelerar o desenvolvimento e ampliar oportunidades de exposição, especialmente no calendário paulista, considerado o mais competitivo do país.

JOGADORES DA PLATAFORMA

Na edição deste ano da Copinha, o Linense receberá sete jogadores oriundos de outros times da plataforma: Rhonan, Abrahaim e Gabriel da Hora (VF4-PB), Bruno Lima (Ypiranga-BA) e Ewandro, Gabryel Carvalho e Cadu (Londrina-PR).

Internamente, a estratégia é tratada como um diferencial, já que a competição atrai observadores do Brasil e do exterior.

Para Dado Cavalcanti, gestor técnico da Squadra, o ambiente paulista potencializa a formação: “O calendário paulista é decisivo na prospecção. A Copinha, os estaduais de base e a densidade competitiva do estado aceleram o amadurecimento dos atletas. Isso melhora nossa capacidade de avaliação, porque o nível de exigência é maior”. Criada em 2023, a Squadra já capta investimentos para ampliar sua estrutura e projeta administrar mil atletas nos próximos anos.

INTEGRAÇÃO

Se a integração entre clubes surge como resposta de gestão ao desafio de revelar talentos, a tecnologia tenta ampliar o alcance das peneiras tradicionais. Um exemplo é o Cuju, programa que utiliza inteligência artificial para avaliar jovens a partir de 13 anos por meio de profundas medições digitais.

O aplicativo promete democratizar o acesso às categorias de base ao permitir que qualquer jovem, de qualquer região, realize a primeira etapa da avaliação usando apenas o celular. Os melhores colocados avançam para peneiras presenciais.

100 MIL USUÁRIOS

Segundo Sven Muller, CMO do Cuju, aplicativo alemão de inteligência artificial que possui mais de 100 mil usuários no Brasil e avalia detalhadamente diversas habilidades do atleta, como velocidade, agilidade, qualidade do passe e controle de bola, a IA já é parte integral da formação moderna de atletas.

“A inteligência artificial coloca o atleta em uma posição de vantagem na tomada de decisão. São milhares de informações e a quantidade crescente de oportunidades é impressionante. A IA contribui para formar dados inteligentes, alinhados às necessidades táticas, comerciais ou de olheiros, e pode dar suporte à previsibilidade dos caminhos rumo ao primeiro time”, afirma Sven.

Disputada desde 1969, a Copinha é o torneio que mais revelou jogadores no Brasil. Por ela passaram Kaká, Neymar, Vinícius Júnior, Casemiro, Lucas Moura, Gabriel Jesus, David Luiz, Marquinhos, entre tantos outros.

EDIÇÃO 2026

A edição de 2026 contará com 128 equipes distribuídas em 32 grupos. O torneio começa em 2 de janeiro e terá sua final no dia 25, aniversário da cidade de São Paulo, no Mercado Livre Arena Pacaembu.