VISÃO DO SUL

Eduardo Ventura

Mudanças no calendário brasileiro e bons ventos para Grêmio e Figueirense

No Colorado, mesmo com o “fato novo” — a chegada do treinador Ramón Díaz —, o clube vive seu pior momento

Ainda no Rio Grande do Sul, o Caxias se complicou na briga pelo acesso à Série B. Restam dois jogos e, com duas vitórias, o clube garante seu principal objetivo na temporada

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Foto: Vica Bueno/CN Marcilio Dias

Porto Alegre, RS , 03 (AFI) – O Juventude vem de dois empates, contra o Internacional e o Atlético-MG, e permanece na 17ª colocação, tentando se afastar da zona de rebaixamento. A próxima partida será no domingo, contra o Fortaleza — uma oportunidade importante para somar três pontos e seguir na perseguição ao Santos, primeiro time fora do Z-4.

O Tricolor, que vive o melhor momento do futebol gaúcho, após vencer o Vitória-BA e empatar com o Santos (cedendo o empate aos 43 minutos do segundo tempo), segue em solo paulista para enfrentar, no sábado, o Red Bull Bragantino.

Mano Menezes, mesmo com as contratações que viraram desfalques, continua “tirando leite de pedra”, dando oportunidades para todos do elenco. Alguns jogadores estão entendendo o recado e seguindo à risca as orientações do treinador — quem não entendeu, vai para o fim da fila.

CRISTIAN OLIVEIRA

É o caso de Cristian Olivera, que pediu para seu empresário buscar um novo clube. Para os cofres do Grêmio, o jogador custou US$ 4,5 milhões por 60% dos seus direitos federativos. Espera-se que isso não se transforme em uma novela, pois o clube já tem problemas suficientes para resolver dentro e fora de campo.

No Colorado, mesmo com o “fato novo” — a chegada do treinador Ramón Díaz —, o clube vive seu pior momento sob a gestão do presidente Alessandro Barcellos. A insatisfação da torcida é crescente. A cada partida, uma nova polêmica, dentro ou fora de campo.

Contra o Corinthians, o ponto conquistado no apagar das luzes e a atuação de um time totalmente fora de sintonia acenderam o alerta vermelho no departamento de futebol. O risco de rebaixamento é real, embora eu acredite que não vá acontecer. No entanto, a ausência em uma competição sul-americana em 2026 trará um enorme prejuízo financeiro.

SEQUÊNCIA DO INTERNACIONAL

A sequência de jogos é duríssima. No sábado, o Inter enfrenta o Botafogo. Após a pausa para a Data FIFA, encara o Mirassol fora de casa. O desafio de Ramón e Emiliano Díaz é, neste momento, resgatar a confiança do elenco — fundamental para trazer o torcedor de volta ao Beira-Rio. Contra o Corinthians, o público foi de pouco mais de 12 mil pessoas.


CAXIAS DEPENDE APENAS DE SI

Ainda no Rio Grande do Sul, o Caxias se complicou na briga pelo acesso à Série B. Restam dois jogos e, com duas vitórias, o clube garante seu principal objetivo na temporada. Para isso, precisa vencer o São Bernardo fora de casa e, na última rodada, bater o Floresta — que, nesta rodada, pode já ter garantido o acesso. Por isso o futebol é fascinante — seguimos na torcida pela equipe grená.


BARRA TEM VANTAGEM NA SÉRIE D

Na última partida da Série D, o Barra-SC entra com a vantagem do empate. Com ingressos esgotados e a expectativa do maior público da história da Arena Barra, o clube, carinhosamente chamado de “Pescador”, pode colocar seu nome na lista de campeões nacionais.


WAGUINHO DIAS ASSUME O FIGUEIRENSE

No futebol catarinense, a principal novidade é a “dança das cadeiras”. Waguinho Dias (ex-Marcílio Dias) foi confirmado como novo técnico do Figueirense. Além disso, uma reunião entre dirigentes e investidores pode mudar os rumos do clube ainda em 2025.

O empresário Vinicius Gaindzinski, atual presidente do Hercílio Luz SAF e torcedor declarado do Figueirense, estaria liderando um grupo de investidores interessado em assumir o controle da SAF alvinegra. Ajustes legais estão sendo feitos nos bastidores. A dúvida que surge: o clube da capital se tornará uma espécie de filial do time da cidade azul?


CAMBORIÚ JOGARÁ EM TUBARÃO

Falando do futebol do interior catarinense, o Camboriú, recém-promovido à elite estadual, não poderá mandar seus jogos no Estádio Emília Mendes Rodrigues, em Imbituba. O clube transferirá seu mando para Tubarão, utilizando a estrutura do Estádio Dr. Aníbal Torres Costa.

O estádio do Hercílio Luz possui gramado com padrão exigido pela FCF. As negociações estão em andamento, e a definição deve ocorrer nos próximos dias.


MUDANÇAS NO FUTEBOL BRASILEIRO

O novo calendário do futebol brasileiro, divulgado pela CBF, certamente mudará hábitos de clubes, atletas, torcedores e da imprensa.

Com o curto intervalo entre competições — a final da Copa do Brasil será em 21 de dezembro e os estaduais começam em 11 de janeiro de 2026 —, uma nova realidade se impõe. O início do Brasileirão da Série A já está previsto para o fim de janeiro, forçando os clubes a anteciparem o planejamento.

Com a pausa para a Copa do Mundo e outras competições sul-americanas, o calendário de 2026 será um verdadeiro desafio. Serão 156 clubes nas quatro divisões do futebol nacional, todos recebendo algum tipo de subsídio. Dirigentes que antes reclamavam da falta de calendário agora precisarão ser criativos, reforçar elencos, atrair patrocinadores e, claro, manter o torcedor engajado.

O presidente da CBF, Samir Xaud, tem surpreendido com suas decisões. Junto de uma equipe competente, anunciou mudanças importantes e novas competições, buscando contemplar mais clubes nas divisões de forma organizada. A ideia de criar uma Série E foi descartada, considerada um “tiro no pé”.

REDUÇÃO DE DATAS DA COPA DO BRASIL

A redução de datas da Copa do Brasil também abre espaço para que clubes disputem simultaneamente essa competição e a Série D. É o caso do Guarany de Bagé, que está investindo no Estádio Estrela D’Alva com os recursos obtidos na Copa do Brasil.

Levará um tempo para todos se adaptarem, mas essas mudanças já se mostravam mais que necessárias. O sucesso dependerá da competência dos clubes em suas decisões, porque o tempo, agora, será cada vez mais curto.