CBF reduz datas dos Estaduais a partir de 2026 e pressiona Paulistão
A decisão gera preocupação principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro
O Paulistão 2025 foi realizado em 16 datas, dentro do limite atual da CBF e foi reduzido para 11 datas em 2026
Campinas, SP, 01 (AFI) – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oficializou nesta quarta-feira (1º) mudanças profundas no calendário do futebol brasileiro para o ciclo 2026-2029. A principal alteração será a redução dos campeonatos estaduais, que passarão de 16 para apenas 11 datas, com realização entre 11 de janeiro e 8 de março.
A decisão gera preocupação principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, já que Paulistão e Carioca são os torneios mais tradicionais e de maior apelo comercial do país. De acordo com o diretor de competições da CBF, Júlio Avellar, ainda pode haver ajustes.
“Temos questões específicas que ainda estamos dirimindo com relação a algumas federações, especificamente as federações paulista e carioca. Então pode ser que tenha algum ajuste”, afirmou.
IMPACTO NOS CLUBES PAULISTAS
O Paulistão 2025 foi realizado em 16 datas, dentro do limite atual da CBF. Com a redução para 11, a Federação Paulista terá de repensar todo o formato da competição. Para os grandes clubes, como Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, isso pode significar menos rodagem de elenco e menor tempo de preparação antes do início das competições nacionais. No fim das contas, quem mais perde é o futebol paulista, que terá de reduzir um torneio de alto nível técnico e relevância histórica a um modelo enxuto, sem espaço para valorização de estádios, cidades e jogos tradicionais.
A CBF, por sua vez, defende que a mudança traz benefícios, como menor desgaste físico dos atletas, maior equilíbrio técnico entre os clubes e economia para equipes de menor investimento. O presidente Samir Xaud destacou que o novo modelo busca “reduzir a carga de jogos das equipes que enfrentam maratonas exaustivas, especialmente as da Série A, e ampliar as oportunidades de competições nacionais para times que passam muito tempo inativos”. O discurso, porém, soa mais político do que técnico, uma tentativa de justificar alterações que não dialogam com a realidade dos estaduais mais fortes.
REFORMULAÇÃO NA COPA DO BRASIL
Outra mudança significativa será na Copa do Brasil, que a partir de 2026 contará com 126 clubes. Os times da Série A entrarão apenas na quinta fase, a última antes das oitavas de final.
As fases iniciais terão 102 vagas distribuídas via campeonatos estaduais, além de vagas extras para os campeões da Série C, Série D, Copa Verde e Copa do Nordeste. A grande final será em partida única, marcada para 6 de dezembro de 2026, encerrando oficialmente a temporada.

AJUSTES EM DIVISÕES NACIONAIS
As alterações atingem também outras competições. A Série C será disputada entre abril e outubro e ganhará um novo formato em 2028, com 28 clubes divididos em dois grupos de 14, em jogos de ida e volta. O objetivo, segundo a CBF, é “engordar o meio da pirâmide”, oferecendo mais calendário e competitividade para clubes intermediários.
Série A – O Campeonato Brasileiro da primeira divisão em 2026 terá início em 28 de janeiro e se estenderá até 2 de dezembro. A competição será disputada ao longo de todo o ano, com uma pausa durante a Copa do Mundo. O formato permanece inalterado.
Série B – A segunda divisão começará em 21 de março e será encerrada em 28 de novembro, mantendo o regulamento atual. Assim como a Série A, também terá paralisação no período do Mundial.
Série C – Marcada para começar em 5 de abril e terminar em 25 de outubro, a Série C terá ajustes progressivos ao longo do ciclo.
- 2026: segue com 20 clubes, quatro acessos e apenas dois rebaixados.
- 2027: será ampliada para 24 equipes, ainda com quatro vagas de acesso e dois descensos.
- 2028: passará a ter 28 clubes, divididos em dois grupos de 14, com confrontos de ida e volta. Os dois últimos de cada chave serão rebaixados. Importante destacar que não haverá redução no valor das cotas de participação.
Série D – A quarta divisão está prevista para o período entre 5 de abril e 13 de setembro. O torneio terá um salto no número de participantes: serão 96 clubes já em 2026, o que resultará em 610 partidas no total. Cada equipe terá a garantia de pelo menos 10 jogos. Para a temporada de 2027, o acesso será ampliado para seis equipes, mantendo o mesmo percentual de chances de promoção.
PRESSÃO EXTERNA
A CBF alega ainda que precisou adaptar o calendário diante das exigências internacionais. O Mundial de Clubes 2025 vai consumir nove datas, enquanto a Copa do Mundo de 2026 será ampliada para 39 dias. Em 2027, o Brasil sediará a Copa do Mundo Feminina, utilizando estádios da Série A. Além disso, a Copa América de 2028 terá mais seleções, ocupando ainda mais espaço no calendário.
Com tantas mudanças, o maior desafio será ajustar os estaduais mais longos, principalmente o Paulistão, que pode perder datas, rodadas e até jogos decisivos em estádios tradicionais, caso os ajustes não contemplem as demandas da Federação Paulista. O risco é que, em nome de um calendário centralizado pela CBF e moldado a pressões externas, o futebol paulista seja diminuído em benefício de decisões que parecem muito mais políticas do que técnicas.
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