Oeste avalia mudança de sede para Osasco em 2026

Após saída da Arena Barueri e do CT da Villa Porto, Rubrão busca nova casa e pode migrar para Osasco, apesar de impasses burocráticos.

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Rubrão pode ter terceira mudança de cidade em menos de dez anos após deixar Itápolis e Barueri. (Reprodução/Oeste)

Barueri, SP, 29 (AFI) – O Oeste Futebol Clube vive mais uma reviravolta em sua história. Após oito anos em Barueri, o Rubrão desocupou nesta semana as instalações do CT da Villa Porto, utilizadas desde 2017, e estuda um novo destino para 2026. A saída ocorre após o fim da cessão gratuita do espaço pela prefeitura local, encerrando uma parceria iniciada quando o clube deixou Itápolis, sua cidade natal.

OESTE SEM CASA

Atualmente, o time treina em Araçariguama, mas a permanência no município é vista como pouco viável. A principal alternativa em discussão é Osasco, onde o clube já mandou jogos recentes da Copa Paulista no estádio José Liberatti. A mudança, porém, esbarra em dois pontos: a resistência do Osasco Audax, responsável pela manutenção do estádio e incomodado com a cessão gratuita ao rival, e a regra da FPF, que limita a dois os times registrados por cidade – no caso, Grêmio Osasco e Audax já ocupam a vaga.

Em caso de mudança, o Oeste teria de pagar uma taxa de transferência de cidade, avaliada em R$ 800 mil. Procurados, o clube e a prefeitura de Osasco não retornaram sobre a possível parceria.

FIM DA ERA EM BARUERI

A saída da Arena Barueri, palco do Rubrão desde 2017, passa por fatores políticos e financeiros. A mudança de prefeito na cidade e a concessão da arena para a empresa Crefipar Participações, ligada à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, alteraram os custos para utilização. Antes gratuito, o estádio passou a ter despesas operacionais que inviabilizaram a permanência.

Na última partida disputada no local, segundo súmula, o Oeste registrou prejuízo de R$ 18 mil, com custo total de operação de pouco mais de R$ 20 mil. Hoje, a arena é usada pelas categorias de base e time feminino do Palmeiras, além de receber jogos do profissional em datas específicas.

RAÍZES EM ITÁPOLIS

Fundado em 1921, o Oeste deixou Itápolis em 2016, após 96 anos. O clube alegou impossibilidade de adequar o estádio dos Amaros às exigências da CBF e da FPF. Desde então, o local tem recebido apenas jogos do futebol amador e pequenos reparos. A saída gerou rupturas profundas: a torcida local praticamente se desfez, protestando contra a diretoria pela “abandonar” a cidade.

Na época, o então prefeito Edmir Gonçalves afirmou que a crise financeira do município impedia investimentos de cerca de R$ 4 milhões para adequar o estádio. “Não houve má vontade, mas não podíamos deixar de investir em saúde para gastar no estádio”, declarou.

FUTURO INCERTO

Sem calendário nacional desde 2023, o Oeste hoje disputa apenas a Série A2 do Paulistão e a Copa Paulista, torneios que dão acesso à Série D e à Copa do Brasil. O futuro, entretanto, depende da definição de uma nova casa, que pode significar a terceira troca de cidade em menos de dez anos.