Ajaccio, FR, 26 (AFI) – O Ajaccio, um dos clubes mais tradicionais do futebol francês, vive situação dramática e corre sério risco de fechar as portas. Após decisão recente da Fifa, o clube da Córsega está proibido de contratar jogadores e enfrenta cobrança judicial de 380 mil euros, cerca de R$ 2,3 milhões, movida pelo atacante Youcef Belaili, que defendeu a equipe na temporada 2022/2023.

O comunicado oficial do Ajaccio denuncia que o clube é vítima de uma “fraude organizada”, respaldada por decisão da Fifa em julho de 2025. Segundo a nota, a punição foi baseada em “um documento falso”, colocando o clube em “estado de morte clínica”.

AJACCIO E Fifa: IMPASSE JUDICIAL

O processo envolve um suposto memorando de entendimento entre o ex-gerente do Ajaccio, Alain Caldarella, e o Al-Ahli, da Arábia Saudita, ex-clube de Belaili. A diretoria afirma que ambas as partes negam a existência desse documento, usado como base para a condenação.

Por conta das dificuldades financeiras, o Ajaccio foi rebaixado administrativamente da segunda divisão francesa na última temporada e precisou recomeçar na sétima divisão, disputando a liga regional da Córsega. A ilha, famosa por ser berço de Napoleão Bonaparte, vê seu principal representante à beira do desaparecimento.

HISTÓRIA DO AJACCIO NA FRANÇA

No comunicado, a diretoria faz um apelo ao presidente da Fifa, destacando a tradição do clube e questionando a justiça do futebol mundial: “A única alternativa que os seus serviços nos oferecem é a seguinte: ou pagamos a quantia de 380 mil euros, valor da fraude da qual somos vítimas, ou o nosso clube centenário desaparece. É esta a justiça do futebol mundial?”

Fundado em 1910, o Ajaccio é o maior clube da Córsega e já conquistou duas vezes a segunda divisão da França. O time esteve em 14 temporadas da elite e obteve a melhor campanha em 1970/1971, com o sexto lugar.