Vice-prefeito é indiciado por injúria racial após caso envolvendo Palmeiras

Confusão após Mirassol x Palmeiras termina com denúncia por injúria racial contra político.

Vice de Rio Preto é alvo de denúncia por injúria racial após confusão com segurança do Palmeiras no Paulistão.

Foto: Divulgação/Palmeiras
Foto: Divulgação/Palmeiras

São José do Rio Preto, SP, 21 (AFI) – O vice-prefeito de São José do Rio Preto foi indiciado por injúria racial após uma confusão envolvendo um segurança do Palmeiras logo após a vitória do Verdão sobre o Mirassol pelo Campeonato Paulista, em fevereiro. O Ministério Público apresentou denúncia e pediu a perda do mandato do político, além de multa mínima de 50 salários mínimos.

De acordo com o MP, o vice-prefeito teria chamado o funcionário do Palmeiras de “macaco” durante a confusão flagrada por uma equipe de TV, que também registrou o momento em que ele xinga o segurança de “lixo”. Um dos seguranças reage dizendo: “Racismo, não”. O promotor responsável pela denúncia destacou a gravidade do caso, ressaltando que racismo e injúria racial são crimes inafiançáveis e imprescritíveis.

PALMEIRAS E MIRASSOL NO CAMPEONATO PAULISTA

Após o episódio, o vice-prefeito se licenciou do cargo três vezes e pediu exoneração do posto de secretário de Obras, retornando ao cargo em maio. O inquérito policial foi concluído pelo delegado Renato Camacho, que analisou um vídeo do tumulto. Segundo o laudo do Instituto de Criminalística, inicialmente os termos utilizados seriam “paca véa” e não “macaco velho”, mas, ainda assim, a discussão permanece. O delegado destacou que mecanismos de inteligência artificial identificaram palavras de cunho racista no vídeo.

Além do laudo oficial, o Palmeiras solicitou uma perícia particular, que concluiu que a palavra “macaco” foi dita pelo vice-prefeito. O instituto responsável pela análise confirmou que o vídeo não sofreu edições que alterassem a fala do político.

INVESTIGAÇÃO E DEFESA NO CASO DE INJÚRIA RACIAL

No decorrer das investigações, laudos complementares da Polícia Civil reafirmaram a ausência de termos racistas, mas a polêmica seguiu. O delegado que pediu a contraprova foi transferido para outra cidade no mesmo dia em que o laudo foi divulgado. Em nota, a defesa do vice-prefeito afirmou que a denúncia “ignorou o laudo oficial, invoca testemunhas sem dizer o que viram, acolhe como prova relatório de inteligência artificial e ainda ousa arrolar testemunha do juízo”.

O caso segue na Justiça e segue repercutindo entre os torcedores de Palmeiras e Mirassol, movimentando os bastidores do futebol paulista.

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