Tanabi, SP , 19 (AFI) – Fundado em 18 de dezembro de 1942 e prestes a completar 85 anos em 2025, o Tanabi Esporte Clube — junto com a cidade de Tanabi — recebeu um presentão antecipado: o acesso ao Campeonato Paulista da Série A4, conquistado após uma campanha brilhante na Segunda Divisão Sub-23 deste ano.
Foi uma trajetória sólida e com números expressivos: 39 pontos em 48 possíveis, em 16 jogos, com 14 vitórias, três empates e apenas uma derrota. O time marcou 33 gols (melhor ataque da competição), sofreu apenas 7 e teve 80% de aproveitamento.
Essa conquista teve como pilares um elenco bem montado, o total apoio da diretoria alviverde e o comando de um técnico com uma ligação profunda com o clube e a cidade: Davi Zaqueo, 44 anos, nascido em Tanabi. Sua história se confunde com a do município de pouco mais de 25 mil habitantes, na região da Grande Rio Preto.
Nesta semana, Davi conversou com o Futebol Interior e compartilhou sua trajetória no clube — desde os bastidores, como massagista, lavador de uniformes e zelador do gramado do Estádio Alberto Victolo, até se tornar o treinador responsável por um dos maiores feitos do Tanabi EC.
O INÍCIO DA CARREIRA E A MANUNTENÇÃO DO ALBERTÃO
“Minha trajetória como treinador começou de forma diferente da maioria. Nunca fui jogador profissional, mas sempre amei o esporte. Em 2019, quando o Tanabi estava inativo, um grupo de empresários de Votuporanga assumiu o futebol. Como eu era morador da cidade e conhecia bem o clube, fui chamado para ajudar. Assim começou minha jornada.”
Na época, Davi trabalhava na Secretaria de Esportes do município, dava aulas em um projeto social e cuidava do gramado do estádio. “Rastelava, pintava o campo, limpava o entorno… Quando os treinos voltaram, no final de 2019, eles precisavam de alguém, e eu me ofereci”, relembra.
LAVANDERIA, MASSAGISTA E GRAMADO EM MEIO À PANDEMIA
“Quando os treinos começaram em 2019, surgiu a necessidade de alguém na lavanderia. Vi uma chance de ganhar um extra e me ofereci. Acumulei funções: lavava os uniformes, limpava os vestiários e até fui massagista durante a Copinha de 2020.”
Com a chegada da pandemia, todas as atividades foram suspensas. Os atletas foram liberados, mas Davi permaneceu no clube, cuidando da estrutura durante todo o ano de 2020 — sozinho, mantendo viva a alma do Tanabi.
EDUCAÇÃO: O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO
“A pandemia trouxe o ensino remoto, e vi uma oportunidade. Com o que ganhava no clube, iniciei e concluí a faculdade de Educação Física online.”
Além disso, Davi aproveitou os cursos da Federação Paulista para se capacitar como treinador. Hoje, possui as licenças C, B e A, todas obtidas com apoio do programa de desconto da FPF.
AUXILIAR DE JORGE SARAN
“Em 2022, ainda atuava como massagista na Copinha e no Sub-20. Foi quando o professor Jorge Saran me deu a oportunidade de ser auxiliar de campo.”
A chance se consolidou. Davi comandou o time Sub-20 nos Jogos Abertos do Interior em São Sebastião e foi campeão. Na Copinha de 2024, assumiu o comando técnico e fez história: primeiro lugar no grupo com sete pontos, à frente de Ponte Preta, Vila Nova e Atlético Gloriense-SE. Na segunda fase, o Tanabi foi eliminado nos pênaltis após empate em 1 a 1 com o Atlético-PR.
A CHEGADA AO PROFISSIONAL E O ACESSO
“Com a boa campanha na Copinha 2024, fui convidado para comandar o time no Paulista Sub-23. Fizemos uma boa campanha, caindo apenas nas quartas para o Inter de Bebedouro.”
Na sequência, Davi comandou o Tanabi na Bezinha (Segunda Divisão Sub-23), utilizando a experiência do ano anterior, mantendo a base do elenco e contratando reforços pontuais. Resultado: acesso conquistado de forma incontestável.
Foto: Divulgação/Tanabi
DE APARADOR DE GRAMA AO COMANDO TÉCNICO
“Quem começou cortando a grama jamais imaginaria conquistar um acesso e entrar para a história do clube. Mas tudo isso vem do amor pelo esporte, pelo Tanabi. Aproveitei a oportunidade num momento difícil para o mundo, e dei o meu melhor.”
O SEGREDO DA SEGUNDONA
“Na Bezinha, não se monta um time do zero e sobe no mesmo ano. É preciso continuidade, conhecimento do elenco. Muitos dos nossos atletas estão conosco desde 2020.”
A base sólida, somada ao planejamento e estudo dos adversários, foi o diferencial do Tanabi na competição.
Foto: Divulgação/Tanabi
MATA-MATA CONTRA O INDEPENDENTE: O MAIOR DESAFIO
“Nos mata-matas, não pode haver erro. Já havíamos enfrentado o Independente duas vezes. O técnico adversário conhecia nosso estilo, então variamos o modelo de jogo. Graças a Deus, deu certo.”
EXPECTATIVA PARA A FINAL
“Serão dois jogos duríssimos. O objetivo principal já foi alcançado, mas o título coroa essa campanha e valoriza o trabalho dos atletas e da comissão técnica. Vamos buscar fazer dois grandes jogos — fora e em casa.”
HOMENAGEM À TORCIDA
“Dedico esse acesso a todos os torcedores tanabienses. Eu cresci dentro do estádio Alberto Victolo, acompanhava meu pai nos anos 80 e 90, torcendo pelo clube. Sou torcedor também, por isso essa conquista tem um sabor ainda mais especial. Levo comigo para sempre.”
Foto: Divulgação/Tanabi
O FUTURO: SÉRIE A4 2026
“Ainda temos as finais pela frente, mas já começamos a pensar em 2026. A ideia é nos manter na Série A4, conhecer a competição e estruturar um projeto sólido. Alguns atletas ficam, outros saem, e já estamos em fase de sondagens. Mas o foco agora é total nas finais.”
PREMIAÇÃO SEGUNDONA
O Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo realiza, no dia 1º de setembro, a 1ª Cerimônia de Premiação da Seleção dos Atletas do Paulista – Segunda Divisão Sicredi 2025, evento inédito que vai reconhecer e homenagear os jogadores que mais se destacaram ao longo da competição.
A solenidade será realizada em Campinas, reunindo atletas, treinadores, dirigentes, parceiros, patrocinadores e a imprensa esportiva. A iniciativa conta com a parceria da Federação Paulista de Futebol, do portal Futebol Interior e de apoiadores como o Ibradespor e o movimento Fanáticos por Futebol.
SELEÇÃO DOS ATLETAS E PREMIAÇÃO
Mesmo nas duas finais continuam valendo as votações para a formação da SELEÇÃO DOS ATLETAS, que tem sido votada pelos próprios atletas desde a primeira rodada da competição.
Nas semifinais cada capitão pode eleger cinco jogadores de seus times. Agora nas finais, cada capitão vai indicar até sete jogadores para a formação das últimas duas seleções da temporada.
A SELEÇÃO DOS ATLETAS é uma criação do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, com a chancela oficial da Federação Paulista de Futebol e com o apoio do Portal Futebol Interior e Ibradespor – Instituo Brasileiro de Desenvolvimento Sócio-Esportivo.