Presidente da FPF-PE volta atrás, mas cutuca Mirassol na Série A

Dirigente reconhece campanha do Mirassol, mas reforça críticas sobre tradição do clube.

Dirigente surpreende ao elogiar campanha do Mirassol no Brasileirão, mas mantém críticas sobre tradição do clube.

Evandro Carvalho. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Evandro Carvalho. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Recife, PE, 6 (AFI) – O presidente da FPF-PE mudou o tom após causar polêmica ao questionar o espaço do Mirassol na Série A. Agora, com o clube paulista brigando entre os primeiros do Brasileirão, o dirigente reconheceu o desempenho surpreendente, mas voltou a cutucar ao dizer que ainda “continua um clube sem camisa”.

O Mirassol ocupa atualmente a quinta colocação, somando 28 pontos, e está invicto há nove rodadas. Dentro do Maião, a equipe ainda não perdeu, estando a apenas um ponto do G-4 da elite nacional.

DESEMPENHO DO MIRASSOL NO BRASILEIRÃO CHAMA ATENÇÃO

Evandro Carvalho, presidente da FPF-PE, afirmou que sua visão mudou diante da boa fase do Mirassol. “Aquela frase refletiu o momento do clube, naquele momento não era equipe de Série A. O que o Mirassol tinha na época? Disputou alguma Série A? Alguma competição internacional? Não. Hoje, ele é (de Série A). É simples. Não tem dificuldade não”, declarou.

Apesar dos elogios ao desempenho esportivo, o dirigente destacou que, na sua visão, tradição e histórico também deveriam pesar na definição dos clubes da elite. “O Mirassol não é uma equipe, do ponto de vista comercial, econômico-financeiro, não é de Série A. Nem é de Série B. Tecnicamente, do ponto de vista desportivo, está à altura dos clubes da Série A. Mas você considera o tamanho de um clube o seu histórico, o lado comercial, o que ele agrega de visibilidade, evidente que a equipe do Mirassol não fica no nível de Fortaleza, Bahia, etc”, pontuou.

SÉRIE A, CAMISA E DEBATE SOBRE TRADIÇÃO NO FUTEBOL

O presidente enfatizou sua opinião de que espaço para clubes chamados “sem camisa” pode existir, mas não se deve tirar a vaga dos tradicionais. “Eu tenho um conceito: pode haver espaço para clubes sem camisa, mas não pode deixar de haver espaço na Série A para clubes de camisa. Eu tenho um conceito que já foi vigente e praticamente unanimidade no Brasil, de Ricardo Teixeira, que era um conceito de que existia ‘steps’, critérios de classificação”, explicou.

Evandro também elogiou o lateral Reinaldo, artilheiro do Mirassol com sete gols, e avaliou que o Leão deve terminar entre os dez primeiros do campeonato. “O nosso futebol mostrando que produz bons jogadores, como Reinaldo, que jogou no Sport e saiu xingado. Só acho que a gente peca quando a gente copiou muito a Europa e só vale ponto. E o futebol brasileiro não é feito disso. Setenta por cento é desempenho e 30% representatividade. A CBF é engessada e não conseguimos encontrar alternativas que Ricardo Teixeira criou. Muita gente não tem coragem de dizer, mas eu tenho”, finalizou.