Jogador do América-MG é liberado, mas segue investigado por injúria racial
O jogador boliviano havia sido detido por supostamente ter ofendido o atacante Allano, do time paranaense, com a expressão “preto cagão”,
O caso foi enquadrado no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça ou cor.
Ponta Grossa, PR, 05 (AFI) – Preso em flagrante por injúria racial após a partida entre Operário-PR e América-MG, no último domingo, o meia Miguelito, de 21 anos, foi liberado nesta segunda-feira após passar por audiência de custódia no Fórum de Ponta Grossa. O jogador boliviano havia sido detido por supostamente ter ofendido o atacante Allano, do time paranaense, com a expressão “preto cagão”, conforme relato feito ainda durante o jogo.
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O caso foi enquadrado no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça ou cor. Como a legislação não permite pagamento de fiança, o atleta do América-MG passou a noite sob custódia na delegacia local antes de ser conduzido ao Judiciário. A Justiça optou por liberá-lo para responder ao processo em liberdade.
No relato da súmula da partida, o árbitro Alisson Sidnei Furtado registrou a denúncia feita por Allano, mas deixou claro que nenhum membro da equipe de arbitragem presenciou o suposto ato. “Relato que, aos 30 minutos do primeiro tempo, o atleta número 29 da equipe mandante, sr. Allano Brendon de Souza Lima, veio até minha direção, alegando ter sido chamado de ‘preto cagão’ pelo atleta Miguel Angel Terceros Acuña, número 07 da equipe visitante. Informo que nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente”, escreveu o árbitro.

A denúncia foi reforçada pelo volante Jacy, do Operário, que atuou como testemunha do episódio. Com base nesse depoimento, a Polícia Militar conduziu os três envolvidos à 13ª Subdivisão Policial, onde foi lavrado o flagrante contra Miguelito.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil do Paraná segue com a investigação e solicitou imagens dos canais de transmissão da partida para apurar se há registro do momento citado. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias. A pena para o crime de injúria racial pode chegar a cinco anos de reclusão.
Segundo a Polícia Civil do Paraná (PCPR), a ofensa foi confirmada pela vítima e pelo capitão do Operário, Jacy, que presenciou o ocorrido. Apesar de o insulto não ter sido registrado pelas imagens da transmissão, os depoimentos foram considerados suficientes para a prisão em flagrante.
AMÉRICA-MG AGUARDA
O Estadão entrou em contato com o América-MG e o clube informou que aguarda os desdobramentos da investigação para se manifestar.
A delegação do time mineiro desembarcou em Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira. Um dirigente permaneceu no Paraná junto de um advogado pessoal de Miguelito para acompanhar o caso. A reportagem também procurou o Santos e a CBF, mas ainda não houve manifestação.
Em nota, o Operário informou que “irá prestar todo apoio ao jogador Allano e lamenta a continuidade da partida sem modificações, uma vez que o protocolo foi acionado, e está buscando imagens claras que confirmem a alegação”.






































































































































