Com melhor ataque do século, Santos conquistava Paulistão há 10 anos

Equipe da Vila Belmiro fez 72 gols e teve 3,13 de média, a melhor desde o lendário Palmeiras de 1996

Equipe da Vila Belmiro fez 72 gols e teve 3,13 de média, a melhor desde o lendário Palmeiras de 1996

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Santos, SP, 02 – Gols, dribles, tabelas, dancinhas… Este pode ser considerado um breve resumo do irreverente Santos de 2010, cujo título paulista com o melhor ataque do século completa dez anos neste sábado, 2 de maio.

Comandado por Dorival Júnior e vendo desabrochar novos ‘Meninos da Vila’ como Paulo Henrique Ganso, André, Wesley e principalmente Neymar, sob a batuta dos experientes ídolos Léo e Robinho, o Santos fez história com alegria e ousadia naquele Paulistão.

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Se vinha de dois anos sofríveis em luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, além de questões políticas -um novo grupo assumia o time após mais de uma década sob o comando do antigo presidente- o santista sabia que a esperança estava mais uma vez nas categorias de base.

Vice-campeões paulistas no ano anterior, o trio André, Neymar e Ganso ganhou reforços importantes com os retornos do ídolo Léo e do prata da casa Wesley, as chegadas do zagueiro Durval e do volante Arouca, dentre outros. Robinho era cereja no bolo e viria mais tarde, com o time, de certa forma, já engrenado.

ATAQUE DO SÉCULO
Os números do título santista são impressionantes e históricos. Com 72 gols, é o melhor ataque de um campeão paulista no século. A média de 3,13 gols por partida é a melhor desde 1996, quando o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo marcou 102 gols em 30 jogos.

Individualmente, destaque para o craque Neymar e seu parceiro André, com 14 e 13 gols, respectivamente. Maestro do time, Ganso marcou 11 vezes; nomes em busca de um lugar ao sol, Zé Eduardo e Wesley fizeram seis gols cada; enquanto os experientes Marquinhos e Robinho marcaram cinco vezes.

A PRIMEIRA FASE
Ofensivo por natureza, o time santista iniciou a competição com goleada: 4 a 0 sobre o Rio Branco. Na sequência, o empate por 1 a 1 com a Ponte Preta e a derrota por 2 a 1 para o Mogi Mirim precederam uma ótima sequência sem derrotas e de belo futebol apresentado.

5 a 0 no Grêmio Barueri; 2 a 0 sobre o Oeste; 2 a 1 diante do Santo André, futuro vice-campeão; 2 a 1 no São Paulo, com a volta de Robinho; 2 a 1 no Rio Claro com gol de Giovanni; 6 a 3 no Bragantino; 2 a 1 no Mirassol; 2 a 1 sobre o Corinthians; e 3 a 2 contra o Paulista fizeram do time da Vila Belmiro a sensação do campeonato.

O empate por 1 a 1 com a Portuguesa completou a sequência de dez jogos sem derrotas, quebrada na rodada seguinte. Após abrir 2 a 0 no primeiro tempo, os Meninos da Vila viram o Palmeiras virar o placar. Madson ainda empatou para os santistas, mas Robert marcou pela terceira vez e impôs a maior derrota daquele time até então.

No jogo seguinte à derrota no clássico, o Santos conseguiu a maior goleada do Paulistão desde 1964. Sem Neymar e Robinho, o Ituano abriu o placar com um minuto de jogo. Mas André, duas vezes, Ganso e Madson fizeram o time da Vila ir para o vestiário vencendo por 4 a 1.

Madson, Maikon Leite, Ganso, Zé Eduardo e André finalizaram a goleada histórica: 9 a 1 num atônito Pacaembu. 4 a 2 sobre o Botafogo; 5 a 0 no Monte Azul; 3 a 1 no São Caetano; e 4 a 2 no Sertãozinho confirmaram a melhor campanha da primeira fase ao time santista.

Foto: Divulgação - Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

O MATA-MATA
O São Paulo, quarto colocado, seria o rival santista. Na outra semifinal estavam os surpreendentes Santo André e Grêmio Barueri. No Morumbi o Santos chegou a estar vencendo por 2 a 0, viu o time da casa empatar, mas venceu por 3 a 2 com gol do zagueiro Durval já aos 45 minutos no segundo tempo.

Na Vila Belmiro, o São Paulo que precisava ganhar por dois gols de diferença para avançar, não teve chances. Neymar marcou duas vezes e Ganso outra na vitória por 3 a 0. Os dois jogos decisivos contra o Santo André foram históricos.

Diante de um corajoso time do ABC, a equipe que encantou durante toda a competição esteve bem perto de perder a taça, quando o atacante Rodriguinho cabeceou na trave uma chance já nos minutos finais do segundo jogo.

Antes, mesmo com a vantagem do empate por ter melhor campanha, o Santos venceu o primeiro jogo. Bruno César abriu o placar para o Santo André aos 35 minutos do primeiro tempo. André empatou aos 13 do segundo tempo e viu Wesley brilhar com gols aos 17 e aos 25.

Rodriguinho diminuiu aos 38 e com a derrota por 3 a 2, o time do ABC precisava vencer por dois gols de diferença o jogo da volta para ser campeão. E foi o que quase aconteceu.

Nunes marcou com 30 segundos de jogo, Neymar empatou aos 7, Alê desempatou aos 20, Neymar tornou a empatar aos 32. Branquinho, aos 44 minutos do primeiro tempo recolocou o Santo André na frente.

Com dois jogadores a menos, o Santos se segurou. Rodriguinho acertou a trave na última chance e a taça ficou com o time de melhor ataque do Paulistão nas últimas duas décadas.

Santos 2×3 Santo André
Data: 02 de maio de 2010.
Local: Pacaembu.
Público: 35.001 pagantes
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho.
Expulsões: Nunes, Léo, Marquinhos e Roberto Brum
Gols: Nunes 30’’, Neymar 7 e 32’, Alê 20’ e Branquinho 44’ do 1ºT.

Santos: Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodrigo Mancha, Arouca, Marquinhos e PH Ganso; Neymar (Roberto Brum) e Robinho (André) (Bruno Aguiar).
Técnico: Dorival Júnior.

Santo André: Júlio César; Cicinho (Rômulo), Cesinha, Halisson e Carlinhos; Ale (Edson Pio), Gil, Branquinho (Rodrigão) e Bruno César; Rodriguinho e Nunes.
Técnico: Sérgio Soares.

A campanha
Jogos: 23
Vitórias: 18
Empates: 2
Derrotas: 3
Gols pró: 72
Gols contra: 31
Saldo de gols: 41
Média de gols pró: 3,13
Média de gols contra: 1,34

Por Raoni David