A eternidade do Maravilha encanta a Série B
A eternidade do Maravilha encanta a Série B
Jogadores como Túlio Maravilha deveriam ser imortais. A alegria que eles levam aos campos carrega um ar de nostalgia do tempo romântico do futebol brasileiro. Na última sexta-feira, tivemos mais uma vez o privilégio de acompanhar o artilheiro do Vila Nova marcar gols em atacado no Serra Dourada. Noite que trouxe para o torcedor do Vila e para os fãs do Maravilha uma pontinha de tristeza.
Tristeza por saber que a carreira de Túlio, de fato, não é eterna. Aos 38 anos, trata-se de um atleta em boa forma física, que ainda consegue antecipações aos zagueiros e gols com a mesma categoria de outrora. O atacante goiano é a síntese perfeita do que chamamos de “Alegria do Povo”, apelido dado à Garrincha, o percussor da mística da camisa sete do Botafogo.
Túlio foi até mesmo um talento injustiçado no futebol. Talvez por ter um estilo fanfarrão, de brincadeiras, sempre foi visto com uma certa desconfiança. Nunca teve o status de craque.
Se não foi um craque, foi sim um excelente atacante. Aliás, ninguém é três vezes artilheiro da Série A do Campeonato Brasileiro à toa. Em 1989, pelo ainda pouco cotado Goiás, o Maravilha obteve a primeira artilharia do certame nacional. Coincidentemente neste ano, o clube em que ele posteriormente iria se consagrar, saiu de uma fila de 21 anos sem ganhar um título. Começava aí uma história genuinamente Gloriosa para o atleta.
Botafogo e Túlio Maravilha foram feitos um para outro. O primeiro precisava de um jogador para fazer sua adormecida torcida explodir novamente. Após o Bicampeonato Carioca de 89/90 e da Conmenbol de 1993, o Glorioso de General Severiano se via pronto para confirmar a retomada de sua bela trajetória de títulos após o período amargo da época das trevas. Encontrou em Túlio um parceiro ideal para fazer toda uma geração de botafoguenses ver, enfim, um título nacional e a nostálgica camisa sete voltar a ser falada em todo o mundo.
Na Seleção Brasileira, Túlio foi o principal goleador no ano de 1995. Por ter participado de uma geração que contava com Romário, Bebeto, Muller e até Ronaldo, Túlio não teve a sorte de “explodido” em um momento pré-Copa do Mundo. Seu auge na carreira foi justamente no hiato de 1994-1998.
Mesmo após seu melhor momento na carreira, Túlio prosseguiu sendo artilheiro em todas os vários clubes em que atuou. Sempre irreverente, foi adorado pela garotada e continuou sendo objeto de cobiça do mercado de marketing do Brasil. Não dá para lembrar dele sem imaginá-lo comemorando mais um gol…
Apesar de toda a alegria que espalhou no futebol, não dá para não sentir tristeza ao pensar que ele vai parar de jogar futebol daqui a poucas temporadas. Divertidas entrevistas, provocações saudáveis ao adversário, suas comemorações irreverentes… Tudo isso não fará mais parte do cotidiano de futebol brasileiro, pelo menos enquanto não surgir outro parecido com o Maravilha. Igual a ele, só inventado ou criando um em laboratório.
Porém, é com imensa honra que a Série B do Campeonato Brasileiro brinda o torcedor com a presença deste ilustre atleta. Túlio é a essência da alegria de nosso esporte bretão e a tristeza sempre fica em segundo plano. Se as carreiras de jogadores como o Túlio não são eternas, tudo o que este artilheiro fez e continua fazendo passarão a ser imortais. Vida longa ao Maravilha, ele faz muito bem para o futebol!
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