Celso Palma, muito mais que um registro de falecimento
Campineiro foi sepultado nesta quarta-feira

Ouvi no rádio campineiro uma nota relâmpago sobre a morte do professor Celso Palma Júnior. Pelo que depreendi, o corpo seria velado a partir das 13h30 desta quarta-feira no Cemitério da Saudade. Talvez até tenha entendido mal, porque ao chegar ao local, por volta das 15h30, o corpo já havia sido sepultado e sequer pude me ‘despedir’ do amigo.
Duro é saber que Celso Palma foi suplente de vereador em Campinas com mais de três mil votos, foi funcionário de carreira da Prefeitura de Campinas como professor de educação física, recentemente montou a sua clínica de fisioterapia, teve passagem pelo rádio esportivo de Campinas, e nem por isso fizeram um registro de seu falecimento em seção de necrologia de jornais.
O campineiro Celso Palma Júnior tem uma história própria dos vencedores. Na adolescência já comandava timinho de futebol da molecada, que jogava em terreno baldio. Era uma espécie de faz de tudo no time. Até jogava, apesar da ‘grossura’.
Claro que ele mesmo lavava as camisas. Na época – década de 60 – a meninada já saía de casa vestindo calções e meias, geralmente de cores diferentes. A uniformidade se caracterizava apenas nas camisas que Celso Palma, o Junião, transportava em saco lavado de farinha de trigo.
Na adolescência Celso Palma morava na Rua D. Luiz Antonio de Souza e cobrava dos amigos identificação correta do bairro como Jardim Paulistano, formado por meia dúzia de ruas, e esmagado pela abrangência que se deu ao Jardim Proença.
Na maioridade, sempre obstinado, foi acadêmico das faculdades de educação física e fisioterapia. Liderou movimentos afro-descendentes e ousou disputar por três vezes uma cadeira no legislativo de Campinas, chegando à suplente de vereador.
Diferentemente de campanhas políticas milionárias por aí, Celso Palma gastava ‘saliva’ e sola de sapato. “O meu discurso é a minha história de vida”, propagava ao eleitorado.
Há cerca de três meses o encontrei na Rua Costa Aguiar – área central de Campinas -, e percebi que ele estava muito mudado. Falou de sua conversão em Cristo e que havia perdido total apego às coisas materiais.
Celso Palma tinha, se muito, 60 anos de idade. Deixou uma história de vida que não pode e não deve ser restringida a uma mera nota de falecimento.





































































































































