Blog do Ari: Cabelos brancos ajudariam bem mais Dado Cavalcanti

Não é aconselhável indicar jogador que entra no 2º tempo para cobrar pênaltis

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Quando a Seleção Brasileira enfrentou a França na Copa do Mundo de 1986, no México, o emergente treinador do Mogi Mirim, Dado Cavalcanti, tinha apenas quatro anos de idade.

Na adolescência, Dado ficou sabendo que o ex-meia Zico entrou no segundo tempo da partida contra a França, no lugar de Muller, após longo período de recuperação de uma lesão.

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De certo não contaram-lhe em detalhes que Zico, ainda sem o devido clima do jogo naquela ocasião, não devia ter cobrado pênalti favorável ao Brasil quando a partida estava empatada por 1 a 1. Zico cobrou, perdeu e ficou a lição de que jogador que entra no segundo tempo não deve ser designado para cobrar pênaltis.

Dado ainda não tem cabelos brancos e agora, com a eliminação do Mogi Mirim do Paulistão através de cobranças de pênaltis, alguém, tardiamente, vai reforçar-lhe da história de Zico.

Tardiamente, porque se contassem antes ele teria evitado colocar na listagem de cobradores de pênaltis jogadores que entraram no segundo tempo da partida contra o Santos, casos de Carlos Alberto e Juninho, cujas cobranças terminaram nas mãos do goleiro santista Rafael e travessão, respectivamente.

Outro erro de avaliação, por inexperiência, foi permitir que o exausto Roni também cobrasse pênalti, justo ele que só não foi substituído porque o Mogi já havia queimado as três alterações.

São hesitações próprias de um garotão inexperiente, mas isso não deslustra, em hipótese alguma, o seu brilhante trabalho no comando do aplicado time do Mogi Mirim.

Dado colocou em prática uma firme malha de marcação, de forma que fica difícil o adversário penetrar na área do Mogi Mirim.

O time avança de trás de forma compacta e encurta os espaços do adversário também no meio-de-campo. Também conta com jogadas pessoais do meia Val e tem um ataque que faz gols.

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Essa equipe bem treinada provocou terrível dificuldade ao Santos, que teve que valer-se da experiência de seus jogadores para chegar ao empate.

MURICY

Aí, nos pênaltis, no Peixe nem tudo foi mil maravilhas. O técnico Muricy Ramalho também cometeu erro de avaliação ao indicar o atacante Miralles para a primeira cobrança, justo ele que estava desfocado do jogo. Aí, ele mandou a bola na lua.

No frigir dos ovos, não foi uma partida com cara de semifinal do Paulistão. Apesar das dificuldades citadas, esperava-se bem mais do Santos. Justamente por isso, se não melhorar, não paga pra ser contra Corinthians ou São Paulo.