Vitória de virada não mascara rendimento apenas razoável da Ponte Preta

Agora está claro que se mantiver esse rendimento coloca em dúvida se de fato será postulante à volta ao Brasileirão em 2021.

Vitória de virada não mascara rendimento apenas razoável da Ponte Preta

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Natural que o pontepretano tem que comemorar a vitória de virada sobre o Confiança por 2 a 1, na noite deste domingo em Campinas.

São mais três pontos e o time se mantém no G4 do Campeonato Brasileiro da Série B, na briga pelo acesso.

Agora está claro que se mantiver esse rendimento coloca em dúvida se de fato será postulante à volta ao Brasileirão em 2021.

Foi uma tremenda dificuldade para vencer um adversário por si só fraco, com o agravante de casos de covid-19 no elenco exigirem improvisação do treinador Daniel Paulista para escalar a equipe no Estádio Moisés Lucarelli.

Como sabia-se que a princípio o Confiança optaria por se retrancar e esporadicamente contra-atacar, a lógica indicava que a Ponte usasse os lados do campo, preferencialmente para fazer jogadas de fundo, com cruzamentos visando o cabeceador Matheus Peixoto.

Quantas vezes foi feito isso ao longo da partida?

Raríssimas.

De que adianta o adversário deixar um corredor para o lateral-direito Apodi explorar com avanços, se não há jogadas planejadas pelo setor, exceto bola alçada da intermediária?

Adiantou a troca na lateral-esquerda de Ernandes no lugar de Lazaroni?

Os mesmos defeitos de marcação persistiram, com o agravante de que Ernandes nada acrescentou ofensivamente.

E bem marcado pelo seguro lateral-direito Thiago Ennes, o atacante de beirada Bruno Rodrigues, no lado esquerdo, nada criou, tanto que no segundo tempo apareceu mais por dentro.

LENTO

Além disso, a transição ao ataque do time pontepretano era feita com lentidão, e sem um segundo volante condutor de bola que pudesse iniciar a organização.

Foi por isso que o meia João Paulo se incumbiu de fazer esse papel, em erro de posicionamento só corrigido no segundo tempo.

Se o time carece do driblador, com capacidade de infiltração para clarear jogadas, por que deixá-lo longe da área, considerando-se que seus companheiros preferem rodar a bola?

SAIU DA TOCA

O confuso time pontepretano do primeiro tempo, que apenas exigiu defesa do goleiro Rafael Santos em chute de longa distância de João Paulo, fez o Confiança acordar na partida e acreditar que pudesse se soltar um pouco no segundo tempo.

Foi assim, num cruzamento de Marcelinho da direita, que o meia Ítalo concluiu de primeira, já dentro da área, com o zagueiro pontepretano Luizão apenas olhando o lance aos seis minutos.

A situação só não se agravou ainda mais porque o atacante Bruno Paraíba, desengonçado dentro da área, perdeu gol feito aos 17 minutos, novamente com incerteza de Luizão.

Foi quando o treinador Daniel Paulista se descabelou com o lance, pois tinha percepção que o volume de jogo da Ponte certamente implicaria em perigoso à sua equipe.

GOL CONTRA

Dito e feito. Três minutos depois, em arrancada de Apodi, o zagueiro Luan Bueno marcou contra na tentativa de interceptar chute do lateral: 1 a 1.

Na sequência, João Paulo adiantado foi derrubado após drible, e permitiu que Bruno Rodrigues lembrasse o lendário mestre Dicá na perícia em cobrança de falta.

Como o Confiança não se dava por vencido, atingiu o travessão do goleiro pontepretano Ivan em cobrança de falta do atacante Tiago Luís, que acabava de entrar em campo.

Só que o João Paulo, adiantado no segundo tempo, quase contrariou as suas características, e por pouco não marcou gol de cabeça. A testada foi certeira, mas o reflexo do goleiro Rafael Santos impediu.