Mbappé marca três vezes e dá esperança à França, mas vê festa da Argentina

Aos 23 anos Mbappé alcançou a artilharia isolada do Mundial, repetindo os oito de Ronaldo em 2002

Há muito que uma final de Copa do Mundo não tinha um personagem tão incisivo - e quase decisivo - quanto Mbappé foi neste domingo

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Mbappé pela França (Foto: Divulgação / Fifa)

Campinas, SP, 18 – Há muito que uma final de Copa do Mundo não tinha um personagem tão incisivo – e quase decisivo – quanto Mbappé foi neste domingo. O craque marcou duas vezes em apenas dois minutos, deu sobrevida a uma partida que parecia decidida em favor da Argentina, levou o jogo para a prorrogação, e marcou novamente no tempo adicional. No fim, porém, o atacante viu diante de seus olhos o tricampeonato ir para a Argentina após Coman e Tchouaméni desperdiçaram suas cobranças nas penalidades máximas.

Com os gols marcados aos 35 e aos 36 do segundo tempo da decisão, além do terceiro na prorrogação, aos 23 anos Mbappé alcançou a artilharia isolada do Mundial, repetindo os oito de Ronaldo em 2002. Ele também se tornou o quinto jogador da história a fazer gols em duas finais de Copas, igualando Vavá (1958 e 1962), Pelé (1958 e 1970), Breitner (1974 e 1982) e Zidane (1998 e 2006).

Além dos três deste domingo, em 2018 o atacante francês marcou um na vitória por 4 a 2 sobre a Croácia. Para completar, 56 anos após o inglês Geoff Hurst fazer três na vitória por 4 a 2 da Inglaterra sobre a Alemanha Ocidental, Mbappé anotou um “hat-trick” em uma decisão de Mundial.

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Mbappé na final da Copa (Foto: Divulgação)

MBAPPÉ DECISIVO

E isso que Mbappé só foi ser o jogador decisivo que se esperava na reta final da partida. Cercado o tempo todo por Molina e De Paul, o atacante do PSG foi figura nula ao longo de todo o primeiro tempo. Suas tradicionais arrancadas pelo setor esquerdo inexistiram, porque a bola simplesmente não chegava por aquele setor, dado o efetivo esquema de marcação imposto por Lionel Scaloni.

Assim, Mbappé passou os primeiros 45 minutos como um espectador privilegiado de uma final que tinha Messi e, sobretudo, Di María como protagonistas. Os argentinos dominavam o jogo, faziam 2 a 0 quase que ao natural e trocavam passes como quem esperava apenas o tempo passar em uma final que dava mostras de estar decidida ainda em sua primeira parte.

Mbappé também viu aos poucos seu treinador sacar um a um os jogadores que pareciam mais próximos de, junto com ele, mudar a história do jogo. Primeiro saiu Giroud, o vice-artilheiro da França. Depois saiu Griezmann, o cérebro do time na Copa do Mundo.

Foi aí que o atacante incorporou tudo o que sempre se falou dele. As arrancadas que inexistiram no primeiro tempo começaram a surgir pela esquerda, e com elas as chances de gol. Foi por aquele lado que, aos 35, surgiu a jogada que originou o pênalti para a França. Mbappé cobrou com perfeição no canto direito e descontou. Um minuto depois, o jogador recebeu na esquerda e, de primeira, marcou um golaço.

Na prorrogação, a Argentina voltou a ficar na frente graças ao seu craque, Messi. O título mais uma vez parecia encaminhado, mas mais uma vez Mbappé apareceu para empatar – de novo de pênalti – e levar a decisão da Copa para os tiros-livres. Ele converteu o seu. Fez tudo o que pôde.

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