Inter de Limeira comemora seu centésimo aniversário neste sábado

A primeira partida foi no dia 12 de outubro de 1913 contra o Sport Clube Carioba

Em 05 de outubro de 1913, a fusão de dois times amadores da cidade, Almofadinhas e Barroquinha, originou-se a Associação Atlética Internacional.

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Limeira, SP, 05 (AFI) – Em 05 de outubro de 1913, a fusão de dois times amadores da cidade, Almofadinhas e Barroquinha, originou-se a Associação Atlética Internacional. O nome foi designado por ocasião de vários imigrantes radicados na cidade que se tornou o berço da imigração de cunho particular, na época, italianos, alemães, portugueses, entre outros, figuravam entre os moradores da cidade, e o nome Internacional foi mais do que justo em homenagear todas as “etnias”.

O uniforme foi oficializado em um calção branco de faixa preta, camisa listrada com as cores preta e branca, além de usar meias pretas com duas listras brancas e obrigatoriamente compridas. A primeira partida foi no dia 12 de outubro de 1913 contra o Sport Clube Carioba, na Vila Americana, na cidade de Americana.

Da professionalização ao período de licença

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Após conseguir a profissionalização na década de 40, o clube já dava indícios de sua grandeza, terminando o primeiro campeonato oficial como vice-campeão paulista da 2ª divisão, em 1948. Com o passar dos anos surgiu na década de 60um dos presidentes mais lembrados até hoje, Benedicto Iaquinta, dentro de campo e com competência, na “Era Iaquinta”, a Internacional de Limeira conquistou o título da 2ª Divisão de Profissionais (Atual Série A3), em 1966, com direito ao acesso à Primeira Divisão, na época, ainda faltava mais um degrau para atingir a Série Especial. A partir de então, começou o drama do presidente Benecdito Iaquinta por não ter campo dentro dos padrões exigidos pela FPF.

Para não perder o direito de permanecer na Primeira Divisão, fora solicitado licença a FPF até quando pudesse arrumar um campo adequado. Para tal, era preciso disputar todos os torneios amadores, além de cumprir com as obrigações financeiras como taxas de inscrições do time a FPF.

Em 1967, com grande pesar, Iaquinta deu passe livre aos jogadores para começar a campanha para a construção de um estádio própria e voltar a disputar os campeonatos oficiais da FPF dentro do prazo. E Benecdito Iaquinta encerrou a sua “Era” sem nenhuma dívida, logo após, após o lançamento da pedra fundamental do Estádio Major Levy Sobrinho, em 1974.

No período de amadorismo, a Internacional conquistou cinco vezes o Campeonato Amador de Limeira, sendo, até hoje, o maior vencedor da história do torneio.

A alegria do passado voltou
Uma grande reformulação e reestruturação foram suficientes para trazer a Internacional de volta ao profissionalismo. A princípio, a diretoria conseguiu um aval da FPF para disputar o seu mando de jogos na cidade vizinha de Araras, no Estádio da Usina São João. No retorno, em 1975, a Internacional pertencia à Série B do Campeonato da Primeira Divisão e a glória veio três anos depois após vencer todas as “barreiras” no Campeonato da 2ª Divisão de 1978 e sagrar-se campeã com direito a participar da Divisão Especial no ano seguinte.

Década gloriosa
Não a quem se refere à Inter e não cita as glórias destes anos, No início da década gloriosa de 80, o time leonino conquistou o 4º lugar e disputou o “Quadrangular Final” do Paulistão daquele ano. Foi desclassificado pelo campeão de 1980, São Paulo, que ainda, utilizou o atacante Zé Sérgio ilegalmente na partida. Mas, mesmo assim, conseguiu o direito de disputar a antiga Taça de Ouro de 1981, a qual chegou até as quartas-de-finais ao ser derrotado pelo Grêmio em uma polêmica partida e também em um polêmico grupo.

Em 1985, a área de futebol profissional ficou mais competente e o elenco foi composto por jogadores de ótimo potencial como Silas, Gilberto Costa, Carlos Silva, Vilson Cavalo, Pécos, João Batista, entre outros. Já na categoria de base, Tato e Lê foram integrados ao elenco profissional, além da volta do “xerife” Bolívar e a do coringa João Luís. Outra grande novidade foi o empréstimo do ponta-esquerda Éder junto ao Atlético Mineiro. O atleta era “selecionável” e, deu muita credibilidade para a Internacional de Limeira junto aos críticos do
futebol.

1986
O mais otimista leonino ou crítico futebolístico, jamais botaria fé em um time que ficou na posição intermediária no ano anterior e ainda mais que perdera de goleada na primeira rodada do Campeonato Paulista de 1986. Pois bem, a façanha de ser o primeiro time do interior paulista a conquistar o Paulistão foi e, sempre será o fato mais marcante de toda a História do Campeonato Paulista desde seus primórdios. Afinal, em 1986, a Internacional de Limeira foi o grande destaque nas principais rádios, jornais e TV de todo o Brasil como Campeã Paulista ao derrotar o Palmeiras e calar milhares de torcedores no Morumbi.

Após um primeiro turno na 6ª colocação, a equipe comandada pelo campeão mundial Jose Macia, o ‘’Seo Pepe’’, promoveu uma reviravolta com tamanho futebol entrosado, rápido, solidário e com toques refinados. E foi o que realmente aconteceu. Faltando apenas duas rodadas para terminar o segundo turno, a Internacional já havia assegurado o primeiro lugar assim como na classificação geral (turno e returno). Nas semifinais, enfrentou o Santos e, venceu a primeira partida em plena Vila Belmiro por 2×0 e também a segunda partida no Limeirão por 2×1, se classificando para as finais diante de um Palmeiras, há 10 anos sem ganhar um título sequer e, ainda com os dois jogos no Morumbi.

O primeiro jogo foi no dia 31 de agosto e o placar foi de 0×0, já o segundo e decisivo confronto, também no Morumbi, aos olhos de 64.564 pagantes e mais os milhares de credenciados, a Internacional venceu o Palmeiras por 2×1, com gols de Kita e Tato, em uma partida eletrizante e emocionante até os últimos minutos, quando o árbitro da partida Dulcídio Vanderley Boschilla decretou o fim da partida. O esquadrão mais famoso da história do futebol do interior paulista foi: Silas; João Luís, Juarez, Bolívar e Pecos; Manguinha, Gilberto Costa e João Batista, Tato, Kita e Lê. Ainda participaram da partida os jogadores Alves e Carlos Silva. Todos sob comando do técnico Pepe e presidência de Victório Marchesini.

Para sacramentar a conquista inédita, a Internacional ainda arrebatou a artilharia do campeonato com o centroavante Kita (24 gols), além de conquistar merecidamente um dos troféus mais cobiçado do futebol paulista: a Taça dos Invictos ao ficarem 17 partidas invictas, que antes estava em poder do Santos, com 15 partidas.

Pós titulo
Após a conquista do título mais comemorada da história do interior, a Internacional não repetiu mais o feito histórico paulista, porém conquistou o título do Campeonato Brasileiro da Série B, em 1988 e, no Campeonato Paulista, manteve a tradição e chegou ao 5º lugar. A tristeza e decadência leonina, no entanto, vieram nos anos 1990 através do então presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello, que confiscou a poupança da Internacional e, em situação ruim financeira, a equipe sofreu várias decepções como campanhas ruins no Campeonato Paulista e também no Campeonato Brasileiro. Em 1990, amargou seu primeiro descenso no Paulista e, também no Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, retorna a Divisão de Elite na gestão do competente Richard Drago. Contudo, em 1992, sofreu um novo rebaixamento e esperou até 1996, na gestão do ‘’presidente da torcida’’, Luis Fernando Ferrari, famoso por levar grandes públicos ao estádio, para então conquistar o título do Campeonato Paulista da Série A2, no dia 28 de julho de 1996, com a vitória de 4×0 sobre a Portuguesa Santista, no Limeirão. O treinador? Claro, Seo Macia, o Pepe.

Era 2000
Após 7 anos consecutivos na elite do futebol paulista, a Internacional disputou a Série A2 no ano de 2004, comandada pelo técnico Pintado, que fazia a sua estreia como treinador, a equipe conseguiu o acesso a Série A1 com a equipe base da conquista do Campeonato Paulista Sub-20 de 2003.

A competição promovia apenas uma equipe à elite do futebol paulista e o time de desacreditado nas rodadas iniciais passou a ser sensação da competição, levando mais de 1000 limeirense a longínqua Taubaté no jogo que marcou o acesso. Wagner Barbosa, presidente á época é tido como um dos grandes heróis desta conquista. Mas a alegria durou pouco, e no ano seguinte o clube foi novamente rebaixado. Não apresentando mais o brilho de antes, o clube chegou ao fundo do poço com seguidos rebaixamentos, mas em 2010, o clube conquistou o acesso à Série A3, onde permanece até os dias atuais.

Gestão jovem e resgate da credibilidade
Após assumir o clube no segundo semestre de 2012, o jovem Taymom Bueno de apenas 27 anos, tinha nos planos tudo que desejava ao Leão da Paulista. Projetos nunca antes vistos pelos lados do Major Levy foram apresentados, desde a construção do Memorial, a Loja Oficial, revitalização da fachada do Estádio Major José Levy Sobrinho, Departamento Comercial e de Marketing atuantes, resumidamente, a mais significante de todas foi à busca pela profissionalização em todos os departamentos do clube.

As categorias de base do clube passaram a ter reconhecimento da CBF, que agora identifica o clube como formador de atleta de alto rendimento, certificado que poucas equipes no país obtém. E os resultados são vistos dentro de campo, a categoria sub-15 do clube é tida como uma das melhores do estado e faz brilhante campanha no Campeonato Paulista. A equipe sub-17 profissionalizou cinco atletas que compõem o elenco profissional.

Se no Paulista da A3, a equipe não conseguiu o acesso por uma vitória, na Copa Paulista, o clube agora amparado pelo patrocínio do Construjá, realiza grande campanha, terminando a primeira fase na liderança da competição, e prestes a chegar à terceira fase. Sob o comando do experiente técnico Paulo Cézar Catanoce, a equipe busca formar uma boa base para 2014, chegando assim mais estruturada para a difícil competição.

Fora de campo o clube também vem buscando resgatar sua imagem, com projetos solidários em parceria com a ALICC (Associação Limeirense de Combate ao Câncer), a Inter busca cumprir seu papel junto a sociedade, destinando parte da arrecadação de produtos oficiais e arrecadação em dias de jogos para a entidade. A participação na renomada campanha do Outubro Rosa é exemplo disso.

Projetos do programa sócio torcedor serão apresentados em breve, estreitando ainda mais a relação com a torcida que em momento algum abandonou a equipe, mas o clube deixa claro que os resultados desta gestão virão a médio e longo prazo, pois existe sim uma busca em primeiro se criar uma base sólida, para depois então criar a construção.