Bremer e Ibañez destacam união e apoio a Vini Jr. na apresentação da seleção
"São episódios que não deveriam mais existir'' - disse Ibañez sobre caso de Vinícius Jr.
Novatos na seleção brasileira, Bremer e Ibañez apoiam Vini Jr. após atleta brasileiro sofrer racismo por comentarista espanhol e torcida do Atlético de Madrid
Campinas, SP, 19 – Novatos entre os convocados da seleção brasileira para os amistosos contra Gana e Tunísia, os zagueiros Bremer, da Juventus, e Ibañez, da Roma, já estão se sentindo em casa. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, em Le Havre, após o primeiro treino desta Data Fifa, os dois se mostraram felizes com o acolhimento recebido, destacaram a união do grupo e comentaram sobre o apoio recebido por Vinícius Jr no reencontro com os companheiros. Ao longo dos últimos dias, o atacante foi vítima de ataques racistas na Espanha.
NÃO DÁ MAIS
“São episódios que não deveriam mais existir. É bem difícil, eu não tenho como comentar porque nunca sofri disso. Imagino que da parte dele escutar ofensas dessa maneira é bem difícil, mas aqui na seleção está todo mundo junto, unido, procurando se divertir e estar concentrado no objetivo. Ele está levando muito bem isso. Lógico que são coisas complicadas de falar. Estamos em um século em que não deveria mais ter esse tipo de coisa, temos que andar para frente sempre”, comentou Ibañez.
RACISMO COM VINÍCIUS JR.
Vini Jr. foi chamado de macaco em um canto proferido por torcedores do Atlético de Madrid no último domingo, antes da vitória do Real Madrid no dérbi madrilenho. O episódio ocorreu dias após Pedro Bravo, agente de jogadores, criticar o atacante por comemorar gols dançando. Ao tecer a crítica, Brevo disse que Vini deveria parar de fazer “macaquices”. A declaração foi dada no programa de TV espanhol “El Chiringuito de Jugones”. No domingo, o apresentador Josep Pedrerol argumentou que o uso da palavra “macaquices” não tem conotação racista na Espanha.
Durante a coletiva desta segunda, Bremer também demonstrou apoio ao companheiro de seleção. “Isso não pode acontecer… no século em que estamos, ainda ter racistas. É uma coisa muito ruim, mas o grupo está fechado. Acabei de chegar, mas vi que o grupo está unido, isso nos fortalece ainda mais pelo nosso objetivo”, comentou o defensor da Juventus.
Além da relação com os jogadores e o apoio ao atacante do Real Madrid, os zagueiros também falaram sobre “sensação inexplicável” de estar servindo a seleção brasileira, como comentou Ibañez. A dupla ainda comentou o quanto podem contribuir com a experiência adquirida no futebol italiano, conhecido por sua excelência na defesa.
Ibañez está na Itália desde 2019, quando trocou o Fluminense pela Atalanta. Um ano depois, transferiu-se para a Roma. Bremer, por sua vez, saiu do Atlético-MG em 2018 para defender o Torino, clube no qual jogou até o final da temporada passada, antes de ir para a Juventus.
CONFIANTE NA SELEÇÃO
“Converso bastante com o Chielini (ídolo da ex-Juventus e hoje no Los Angeles FC), tive treinadores italianos que me ensinaram bastante. Para a defesa, a Itália é o berço. Isso ajuda muito. A Itália é uma das maiores escolas”, comentou Bremer. “Tive meu primeiro ano na Atalanta, agora, do lado do José Mourinho, com ele me dando dicas e ideias de como se jogar na Itália, isso ajudou bastante para estar aqui hoje”, completou Ibañez.
A atual Data Fifa é a última antes da Copa do Mundo do Catar, que começa no dia 20 de novembro. O primeiro desafio da seleção brasileira será diante de Gana, no Estádio Océane, em Le Havre, às 15h30 de sexta-feira. Depois do duelo com os ganeses, o Brasil enfrenta a Tunísia, na próxima terça-feira, dia 27, às 15h30. Após comandar um treino nesta segunda com todos os jogadores que atuam na Europa, o técnico Tite terá a presença do palmeirense Weverton e dos flamenguistas Pedro e Everton Ribeiro no treino de terça.
Confira também:
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- RUMO A DOHA, por Vicente Datolli
- Atlético de Madrid condena racismo contra Vini Jr. e estuda punição a infratores
- Com grupo completo, Tite projeta a seleção para os amistosos
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