Enfim, a vida coloca o ídolo Fifi em cadeira de rodas

Enfim, a vida coloca o ídolo Fifi em cadeira de rodas

Enfim, a vida coloca o ídolo Fifi em cadeira de rodas

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Meia Fifi foi ídolo do Guarani nos anos 50 e década seguinte no Votuporanguense, cidade em que está radicado até hoje, aos 83 anos de idade.

A expressão de Francisco Santana, o Fifi, conforme demonstra a foto, é de pessoa bastante debilitada. Por duas vezes neste ano teve que ser socorrido e avisado que já não se encontra em condições de morar sozinho, até porque quase não consegue ficar em pé, e por isso está acomodado em cadeira de rodas.

ISOLADO

Até 2010 ele morou em alojamento do Estádio Plínio Moraes, do Votuporanguense, para depois se transferir a área próxima do Centro da cidade.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Votuporanga havia determinado que fosse encaminhado a um abrigo da cidade.

Pois a vida é assim. Um dia reconhecimento como atleta qualificado, que colaborava com as equipes que atuava; outro dia distante de familiares e contando apenas com apoio de amigos e conhecidos de Votuporanga.

CAMPINEIRO

Natural de Campinas, nascido em novembro de 1936, Fifi foi aquele meia que desfilava seu repertório de dribles e criava tormento pra defesas adversárias.

Revelado nas categorias de base do Guarani, subiu ao profissional com apenas 17 anos.

E abusava do individualismo desde os tempos de juvenil, quando convocado para o selecionado olímpico brasileiro que participou de torneio na Colômbia.

À época, jogador da base se apresentava em seu clube de origem apenas em dias de jogos, e quando isso não ocorria Fifi trabalhava como entregador de carne, através de sua bicicleta.

Fominha por bola, ele arrumava um jeitinho de também atuar no primeiro tempo de jogos do extinto time varzeano E.C. Gazeta de Campinas, aos domingos pela manhã.

Na ocasião, encostava a ‘magrela’ na porta do vestiário, com as devidas encomendas no bagageiro, e as vigiava à distância, jamais contando que o amigo alheio levasse todo filé.

MEIAS ARRIADAS

Como à época não havia obrigatoriedade de caneleiras, ele entrava em campo de meias arriadas, e assim dava visibilidade às pernas massageadas com óleo elétrico, que provocavam brilho intenso com incidência do sol.

O tal óleo, que provocava cheiro forte, do tipo eucalipto, ajudava no aquecimento, para se evitar lesões musculares. Por isso foi usado com frequência nas décadas 50 e 60.

Fifi ficou no Guarani até 1960, com histórico de 84 gols. Depois defendeu XV de Piracicaba, Fluminense, Botafogo e Atlético-MG até se transferir para o Votuporanguense.