É possível a Ponte Preta reformular o elenco sem custo exagerado

Sem recursos para adequados investimentos, a Ponte Preta carece daquele dirigente categorizado para fazer muito com menos.

Paulista A1
Ponte Preta pode se organizar melhor em 2024

BLOG DO ARI

Campinas, SP, 3 (AFI) – Já que a Ponte Preta não fez mais do que a obrigação em se salvar da maldição do rebaixamento à Série C do Brasileiro, o que esperar do posicionamento de seus cartolas para um ano menos traumatizante em 2024?

Há um zum-zum-zum por aí de interesse pelo atacante de beirada Paulinho Moccelin, que participou do rebaixamento do Londrina na última Série B.

Só pra lembrar: embora ele tenha relativa habilidade no duelo direto com marcadores, e até faz uns golzinhos de vez em quando, a estatura dele é de 1,68m de altura.

No atual estágio do futebol, em que metade das jogadas ofensivas se resume a bolas cruzadas contra área adversária, é imprescindível a observância de atacantes altos para disputas diretas no jogo aéreo.

Sem recursos para adequados investimentos, a Ponte Preta carece daquele dirigente categorizado para fazer muito com menos. Que tenha olho clínico para avaliar apenas uma vez um atleta e saber distinguir se as características dele se alinham às propostas do clube.

Já cansou falas de dirigentes que a todo momento colocam culpa em gestões anteriores turbulentas, que ampliaram as dívidas, até porque já se tinha o raio-X da situação durante a última campanha eleitoral.

A partir de agora cobra-se que as coisas sejam colocadas às claras e busquem um executivo do futebol bem antenado, capaz de descobrir agulha no palheiro.

PERI CHAIB E BETO ZINI

Dias atrás elenquei neste espaço jogadores presumivelmente contratáveis, que deixaram impressões favoráveis na recém-encerrada Série B do Brasileiro.

Dirão que não é atribuição de analistas de futebol fazerem indicações.

Sim, de fato não era quando o futebol campineiro contava com homens da bola que davam as cartas em Ponte Preta e Guarani.

Sabe-se lá quando vai surgir um outro Peri Chaib e Geraldo Camargo, na Ponte Preta.

De certo, tão cedo o Guarani não terá um outro Sidnei Pavan – já falecido – e Beto Zini, que cavocava até em terra árida em busca do surpreendente, como foi a descoberta do talentoso ponta-de-lança Edilson Capetinha no Tanabi (SP), a preço de banana.

Hoje, descompromissadamente, analista de futebol que vê além das aparências não só pode, como deve, sugerir nomes de contratáveis, sem que isso indique que haja concordância ou não.

SUGESTÕES

Lembram-se do lateral-esquerdo Fernando, um dos destaques da Chapecoense em 2022?

Pois ao se transferir ao Atlético Paranaense teve o espaço encurtado, participou de apenas seis jogos pelo Brasileirão, cinco no Campeonato Paranaense e dois pela Copa do Brasil.

Se contratável por empréstimo pela Ponte Preta, por exemplo, não se compara a vantagem sobre o recém-desligado Artur.

Outra opção? Pois não: Raphinha, que no início do ano trocou o Figueirense pelo Maringá.

RAFAEL DONATO

O zagueiro Rafael Donato, 35 anos, 1,93m de altura, teve o contrato encerrado no Vila Nova.

Convenhamos que é melhor que todos os beques do elenco pontepretano.

Por que não o volante Juninho, do rebaixado América Mineiro, 36 anos de idade, de passagem recomendável pela própria Ponte Preta?

Para quem sugere que seria negócio inviável a volta dele, consultem sobre o volante Guilherme Rend, 25 anos de idade, vinculado ao CSA.

Pude avaliá-lo no empate sem gols do Tombense com a Ponte Preta, ano passado em Muriaé (MG), ocasião que deixou impressão favorável quer para o desarme, quer como capacidade para iniciar construção de jogadas a partir da defesa.

MATHEUS BIANCHI

Um segundo volante? Conhecem Matheus Bianchi, 29 anos de idade, que foi atleta do rebaixado Coritiba?

Impressão extremamente favorável ele deixou ao ajudar na condução do Maringá ao vice-campeonato paranaense desta temporada.

Se o meia-atacante Everton Galdino não se firmou como titular no Grêmio, no período de empréstimo, de certo será devolvido ao Tombense, que provavelmente queira valorizá-lo em vez de usá-lo na Série C do Brasileiro.

Galdino é condutor de bola e pega forte nela, de fora da área.

Nem se compara a maior compensação em tê-lo no elenco do que a persistência com o meia Élvis.

Negócio difícil?

Questão de conferir.

Já avaliaram se o meia Tonny Anderson, do ABC, não seria uma opção válida?

ERISON

Se o centroavante Erison está sem espaço no São Paulo, por ter marcado apenas um gol dos 11 jogos que participou nesta temporada – a maioria deles por entrar no segundo tempo – nem se compara a validade dele no elenco pontepretano se comparado a Jeh e demais atacantes.

Erison, 1,80m de altura, se destacou naquele pobre time do Brasil de Pelotas de 2021, correspondeu no Botafogo (RJ) ano passado, e agora está no ostracismo.

JOÃO VICTOR

No início do ano, ao assistir jogo do Corisabbá contra o Fluminense (PI), do Campeonato Piauiense, lembrei de treinadores como os saudosos Zé Duarte e Cilinho, que tinham capacidade para lapidar as chamadas promessas.

Pois o centroavante João Victor, do Corisabbá (PI), artilheiro daquela competição com seis gols, é uma promessa.

No estilo, lembra jogador de futsal, com bola ‘colada’ aos pés e facilidade para chute e cabeceio.

De repente, um atleta como esse a custo próximo do zero, pode ser um achado, por que não?

Problema é que Ponte Preta e Guarani carecerem de dirigentes da bola e ficam à mercê de palpites de empresários

Hoje, como não há diferenciação brutal da capacidade técnica de jogadores de equipes do bloco médio e até um pouco inferior, é possível, sim, montar um elenco que não passe susto em seus torcedores.