Conceição procura copiar modelo do Bragantino no Guarani
Treinador faz opção de avançar compartimento defensivo da equipe
Conceição procura copiar modelo do Bragantino no Guarani
No programa esportivo da Rádio Brasil Campinas desta quinta-feira discutimos o início de trabalho do treinador Felipe Conceição no Guarani, com 100% de aproveitamento, apesar de ter relegado o meia Murilo Rangel.
Lembrei aos parceiros de bancada que neste início de empreitada Conceição procurou a linha de conduta implantada no Bragantino pelo técnico Antonio Carlos Zague, que ele a implementou com estilo mais vertical, posicionando dois atacantes de beirada e outro centralizado.
Conceição teve percepção da urgente necessidade de mudança de conceituação tática em relação ao antecessor Ricardo Catalá.
ADIANTAR MARCAÇÃO
Primeira providência foi adiantar a marcação do compartimento defensivo, por vezes com variação para o 3-4-3.
Como assim?
Explico.
No Bragantino, os zagueiros Ortiz e Ligger abriam para a beirada do campo e isso implicava no recuo do volante Barreto centralizado, como se fosse zagueiro, para saída de bola.
Assim, os laterais Aderlan e Edmar se soltavam ao ataque, concatenando com atacantes de beiradas.
Conceição procura implantar esse conceito tático no Guarani, abrindo o central Wálber pelo lado direito, como faz Ortiz; e Didi pelo lado esquerdo, a exemplo de Ligger.
Assim, nesta saída de bola o volante Deivid faz o papel então designado a Barreto, quando estava no Bragantino.
FORTALECE MARCAÇÃO
Como os meio-campistas Eduardo Person e Lucas Crispim se juntam aos atacantes de beirada que se recompõem quando o time está sem a bola – casos de Waguininho e Giovanny – foi criada forte malha de marcação já no campo adversário, de forma que não tenha liberdade para trabalhar a bola.
Diante da dificuldade imposta, o Cuiabá optou em alongar a bola, mas não contava que a marcação adiantada da defesa do Guarani implicou, na maioria das vezes, em posição de impedimento de seus atacantes.
É válida a tentativa de se buscar caminhos alternativos pra se tentar fugir da mesmice, que não dava certo.
A discussão que se coloca é se zagueiros adiantados do Guarani vão repetir comportamento daqueles que eram titulares do Bragantino, que tinham velocidade para duelar com atacantes adversários e capacidade de desarme.
Pelo que se observa, Didi encaixa neste contexto.
Quanto a Wálber, o risco é iminente, por ter demonstrado ser jogador irregular.
PREPARAÇÃO FÍSICA
Claro está, igualmente, que para colocar em prática a estratégia delineada a equipe terá que mostrar apurado condicionamento físico, embora hoje a regra permite que o comandante técnico possa efetuar cinco substituições.
Jogadas ofensivas de velocidade passam a fazer parte do repertório, diferentemente da filosofia do profissional Thiago Carpini, que privilegiava valorização de posse de bola, não se importando até com abuso de lentidão.