Caso Scarpa e Willian Bigode, como está?

Além de Scarpa, o lateral-direito do Palmeiras, Mayke, foi outro ex-companheiro de equipe que fez um investimento na empresa

"Tive várias decisões favoráveis no processo, mas faltam alguns passos burocráticos, que levam certo tempo" disse Gustavo Scarpa

Scarpa
Scarpa falou sobre o caso envolvendo o jogador do Santos (Foto: Pedro Souza)

São Paulo, SP, 21 – O meia Gustavo Scarpa voltou ao Brasil e vive uma nova etapa da carreira no Atlético-MG. Por outro lado, ele ainda lida com questões do passado, como o processo por um golpe milionário de criptomoedas que ele sofreu após fazer um investimento sugerido por Willian Bigode, então companheiro de Palmeiras e hoje no Santos. Scarpa acredita que o caso está se encaminhando para um desfecho.

Em entrevista à rádio Itatiaia, o jogador comentou que não há outro caminho que não uma decisão favorável a sua acusação. Recentemente, o Tribunal de Justiça de São Paulo, atendeu um pedido dos advogados de Scarpa para solicitar à Polícia Federal informações sobre a verificação do valor e origem dos 20,8 kg de pedras de alexandritas, que eram usadas pela XLand, empresa acusada de causar o prejuízo, como garantia para os investimentos em criptomoedas.

FALA, SCARPA

“Tive várias decisões favoráveis no processo, mas faltam alguns passos burocráticos, que levam certo tempo. O andamento do processo até o momento está muito bom, favorável. Não é para menos, não tem como não ser favorável”, relatou o meia. Scarpa já teve negados pedidos de penhora de salário e bens de Willian. O lateral Mayke, do Palmeiras, também vítima, conseguiu um bloqueio a parte dos vencimentos do atacante.

Scarpa alega ter perdido R$ 6,3 milhões na aplicação. Além de Bigode, sua sócia na empresa WLJC Consutoria e Gestão Empresarial, Camila Moreira de Biasi, também indicou o investimento. Já Mayke, que continua jogando no Palmeiras, teve prejuízo de R$ 4.583.789,31, enquanto Willian diz ter sofrido o maior calote, de R$ 17,5 milhões. O atacante e suas sócias refutam a acusação de terem participação no prejuízo sofrido pelos ex-colegas e ressaltam que também são vítimas da XLand.

“O processo é contra todo mundo. Contra o Willian, a empresa do Willian, a empresa de criptomoeda. Contra todos eles. Acredito que serei ressarcido de toda a grana que perdi, nada mais que justo. Estamos aguardando e em cima do advogado para acelerar o máximo possível”, contou Scarpa no programa da rádio mineira. Os pedidos de Mayke e Scarpa, tentam ressarcir parte do prejuízo que tiveram ao fazer os investimentos.

Os autos do processo apresentam um boleto que mostra que os 20,8 kg de alexandritas foram adquiridos junto à Andrade Gemas e Joias, na cidade baiana de Campo Formoso, por R$ 6 mil, valor bastante inferior aos R$ 2,5 bilhões apresentados pela empresa como lastro e garantia das operações com criptomoedas. A XLand possui um laudo técnico assinado pela gemóloga Weysida Carvalho, em Petrolina-PE, no dia 18 de março de 2022. O documento foi obtido pela reportagem do Estadão. Nele, é atestada a existência das pedras no malote e que se tratam de alexandritas em estado bruto, sem lapidação.

ENTENDA O CASO

O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade mensal de 2% a 5% sobre o valor investido. O rendimento é considerado irreal no mundo dos ativos financeiros. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4,5 milhões.

Os problemas com a XLand começaram ainda em 2022, quando os jogadores tentaram resgatar a rentabilidade, mas não se depararam com negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, uma tentativa de rescisão foi feita, mas sem receber o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

Scarpa retornou ao Brasil nesta temporada, contratado pelo Atlético-MG por 5 milhões de euros (cerca de R$ 26,2 milhões). Ele participou de cinco jogos pelo Campeonato Mineiro, mas ainda não marcou ou deu assistência a um companheiro.

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