BLOG DO ARI

Campinas, SP, 27 (AFI) – Nada como um dia após o outro.

Quando o Guarani empatou com o São Bernardo sem gols, em Campinas, deixei claro que taticamente o time estava organizado, mas havia enfrentado resistência de uma bem postada defesa adversária.

Como torcedor é passional, um bugrino me criticou asperamente nas redes sociais, pela citação time organizado taticamente.

De certo, após a maiúscula goleada do seu Guarani sobre o Ituano por 3 a 0, em Itu, na noite deste sábado, o dito cujo caiu na real.

Foi, sobretudo, uma vitória do treinador Umberto Louzer, que estudou o adversário, diagnosticou pontos de deficiências dele, e preparou o seu time quer para ter volume de jogo ofensivo, quer para explorar contra-ataques, se a situação assim demonstrasse.

No linguajar da bola, Louzer ‘esmagou’ o treinador Marcinho, do Ituano.

DEREK

Primeiro Louzer teve a percepção que poderia direcionar jogadas de ataque pelo lado esquerdo, e escolheu Derek para levar nítida vantagem sobre o inconstante lateral-direito Léo Duarte, fixando Bruno Mendes como centroavante.

Pois com 11 minutos de jogo, por ali, o Guarani já havia criado duas claras chances de gols.

Primeiro quando Derek avançou pelo setor e, no chute de canhota, a bola ‘beijou’ a trave.

E no lance subsequente, Bruno Mendes chegou desequilibrado para o arremate e o chute foi para fora.

Se a opção do Guarani era chegar ao ataque com troca rápida de passes, a sua implacável obediência de recomposição, quando estava sem a bola, não oferecia a mínima chance do adversário criar, mesmo que, em parte do jogo, ele até tivesse mais posse de bola.

Outra vez Bruno Mendes teve chance de marcar, aos 25 minutos, mas no momento do arremate, em nova jogada criada pelo lado esquerdo do ataque através de Derek.

GOL DE REINALDO

Já sem o meia-atacante Chay, que na primeira metade do primeiro tempo deixou o gramado, com lesão no joelho, o time bugrino continuava prático quando atacava, tanto que, na origem do seu primeiro gol, contava com três jogadores rondando a área adversária contra três marcadores.

E na precisão do passe, Bruno Mendes serviu o seu companheiro Reinando, livre de marcação, que explorou a hesitação do lento quarto-zagueiro Marcel do Ituano, para, em chute rasteiro, no canto direito, colocar a bola fora do alcance do goleiro Jefferson Paulino, aos 40 minutos.

CONTRA-ATAQUES

A postura de marcação do Guarani, sem dar espaço para o Ituano penetrar em sua defesa, logo lhe reservou que colocasse em prática a proposta de número dois.

Como o Ituano subiu as suas linhas e deixou a defesa desguarnecida, o ‘remédio’ do contra-ataque bugrino se revelou eficiente, pois aos cinco minutos Reinaldo puxou jogada de velocidade sobre o zagueiro Marcel, foi parado no lance com falta, cobrada pelo lateral-esquerdo Mayk sobre a barreira e no canto alto esquerdo do goleiro Jefferson Paulino: Guarani 2 a 0.

E assim o jogo foi se arrastando sem que o goleiro bugrino Douglas Borges fosse obrigado a praticar uma defesa sequer, de registro.

Enquanto o Ituano fazia apenas volume no ataque, sua defesa continuava desguarnecida.

Aí, em mais um contra-ataque mortal, o Guarani ficou com quatro jogadores na construção da jogada contra dois zagueiros adversários.

Reflexo disso é que Reinaldo, ao ser servido, soube colocar a bola no canto direito da meta adversária, e assim ampliou a vantagem bugrina para 3 a 0, aos 24 minutos do segundo tempo.