Antony desponta no futebol e sonha com Copa de 2022: 'Preciso estar sempre 100%'

Uma das inspirações para o jogador foi poder atuar ao lado de Neymar pela seleção brasileira

antony

São Paulo, SP, 13 – Em meio aos prédios baixos e centenários de Amsterdã, um bairro se caracteriza por acolher a modernidade. É onde foi construída a Arena do Ajax, hoje denominada Johan Cruyff Arena, rodeada por lojas, amplo espaço para pedestres e aquelas placas luminosas que remetem à sensação de se estar em uma cidade futurista. E foi lá que o jovem Antony despontou para o futebol mundial em menos de dois anos.

Ao chegar ao Ajax em julho de 2020, como promessa do São Paulo, Antony Matheus dos Santos, hoje com 21 anos, nascido em Osasco (SP), parece ter sido direcionado ao destino ideal para seu perfil de jogador. Saiu, afinal, de um clube com fama de organizado e de revelador de craques, para outro, com o mesmo estilo, na Europa.

Não demorou, portanto, para que seu talento logo fluísse e seus dribles curtos e fácil domínio com a canhota o levassem a conquistar títulos por sua nova equipe, ser campeão olímpico e ainda chegar à seleção brasileira principal, podendo até sonhar em estar no grupo que irá disputar a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Na temporada 2020-2021, Antony conquistou seus primeiros títulos na Europa: a Eredivisie (Campeonato Holandês) e a Copa da Holanda.

“Disputar a Copa do Mundo está entre meus objetivos para 2022. Tive a chance de ser convocado pela primeira vez, ter chances nas partidas, marcar um gol… é importante começar assim. Mas agora preciso seguir trabalhando em alto nível no meu clube para ser lembrado novamente. Brasil é uma seleção de altíssimo nível, com uma concorrência grande. Preciso estar sempre 100%”, afirma o jogador.

Antony hoje é um dos típicos jogadores canhotos que atuam pela direita. E, trazendo a bola em diagonal, costuma dificultar para os adversários, que nunca sabem quando ele irá chutar ou driblar. Mas, com o técnico Erik ten Hag, no clube desde 2017, ele tem se aprimorado em outros fundamentos.

“Aprendi muito no ano passado. Na parte tática, não só ofensiva, mas também ter essa consciência defensiva, de fechar espaço, ajudar na marcação. Isso me torna um jogador mais completo, capaz de fazer a leitura completa da partida”, observa.

ESTILO MODERNO

Desde os anos 70, quando revelou Johan Cruyff e tantos outros, o Ajax se tornou uma escola que, de certa maneira, delineou toda a estrutura tática do futebol europeu atual, com movimentação constante, busca da posse de bola e velocidade nas jogadas ofensivas. O clube implantou esse estilo moderno também nas categorias de base, e se tornou um notório revelador de jogadores, como Marco van Basten; Dennis Bergkamp; Daley Blind (companheiro de Antony no time); os irmãos Frank e Ronald de Boer; Edgard Davids e Patrick Kluivert.

Nessa atmosfera acolhedora, Antony se sentiu tão bem que, contra o Borussia Dortmund, pela Liga dos Campeões, em outubro, comemorou o seu gol, na vitória por 4 a 0, beijando o escudo da equipe. Foi um gesto de gratidão, inclusive pelo fato de, graças às suas atuações pelo clube, ter sido campeão olímpico em agosto e, já em outubro, ganhado sua primeira chance na seleção principal, pela qual fez gol logo em sua estreia, o terceiro na vitória por 3 a 1 sobre a Venezuela.

“O Ajax me recebeu da melhor maneira possível e era uma época complicada, meio de pandemia, mas tive a melhor recepção possível. Todo carinho que recebi dos torcedores nas redes sociais, depois quando começaram a ir nos jogos. É muito gratificante. Me faz sentir à vontade em campo, de jogar por eles, por todo esse amor e carinho. É isso, eu jogo por eles, para retribuir todo apoio que recebo nos jogos, nas redes sociais”, diz.

INSPIRAÇÃO EM NEYMAR
Uma das inspirações para o jogador foi poder atuar ao lado de Neymar pela seleção brasileira. Assim como aprendeu a se posicionar melhor no clube holandês, Antony viu no craque do PSG uma referência em termos de drible, de busca por espaços vazios e de como se desvencilhar das entradas mais duras.

“Neymar é craque, um dos melhores do mundo e um líder dentro da nossa seleção. Poder treinar com ele, jogar ao lado dele, é uma honra e um aprendizado grande. Ele me recebeu muito bem quando fui convocado… espero que possamos fazer novas parcerias”, ressalta.

Após um ano de 2021 repleto de conquistas, mesmo valorizado, o atacante afirma que se mantém com a cabeça no Ajax, sem pensar em se transferir para outro centro da Europa.

“Graças a Deus foi um ano (2021) cheio de boas recordações. Meus primeiros títulos aqui no Ajax, a torcida toda nos esperando fora do estádio e a gente apareceu para saudá-los. Aquilo arrepia só de lembrar. Teve também o ouro olímpico, da maneira que foi. É algo que me emociono lembrando…uma honra representar meu país em uma competição tão importante e ainda sair com o ouro. Marcou a minha vida.”

E já pensa em mais títulos. “Estou com a cabeça no Ajax”, costuma dizer. Antony diz estar se sentindo em casa. Tanto no clube, Ajax, quanto na cidade que o recebeu, Amsterdã. Ambos são conhecidos pela tradição em inovar.

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