Abel Ferreira processa jornalistas após ser comparado com colonizadores

O técnico do Palmeiras reprovou as comparações dos jornalistas. Mas se vencer a parada na Justiça, ele promete fazer doações a entidades carentes.

Abel pediu na Justiça indenização de R$ 50 mil por danos morais e retratações públicas em todos os veículos de comunicação que os jornalistas trabalham.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

​Campinas, SP, 13 (AFI) – O técnico Abel Ferreira não gostou nada, nada das declarações dos jornalistas Luis Augusto Símon, mais conhecido como Menon, e de Mauro Cezar. O comandante do Palmeiras acionou a Justiça, na 17ª Vara Cível de São Paulo, por entender que os dois “extrapolaram os limites das liberdades de expressão e de imprensa, violando o direito à sua honra”.

Abel pediu na Justiça indenização de R$ 50 mil por danos morais e retratações públicas em todos os veículos de comunicação que os jornalistas trabalham. Mas já avisou que, se vencer a disputa, vai doar os valores a instituições de caridade.

Mauro Cezar, comentarista da Jovem Pan e colunista do UOL, analisou uma fala de Abel Ferreira sobre Gabriel Veron e a classificou como ‘visão de colonizador’. Menon comparou o técnico com José de Anchieta ou Manoel da Nóbrega, padres europeus que vieram ao Brasil para catequizar índios.

FALA DE ABEL FERREIRA

As falas de Mauro e Menon, veiculadas respectivamente na Jovem Pan e no site UOL, também réus no processo por legitimidade passiva, aconteceram pouco depois da vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Cuiabá, pelo Brasileirão, em julho passado.

À época, Abel Ferreira comentou sobre a decisão de colocar em campo Gabriel Veron, jovem atacante que havia se envolvido em um problema de indisciplina durante a semana.

“Já disse várias vezes que os brasileiros são, de longe, os melhores que já vi jogar. Mas precisam evoluir muito a nível de educação e como homens, porque eles não têm essa formação. Eles às vezes não têm noção nenhuma do que estão fazendo. E isso está na formação”, afirmou.

O QUE DISSE MAURO CEZAR?

“É uma questão de amadurecimento, muito mais do que educação. Eu não acredito que o Abel, como o Jesus falava isso na época de Flamengo, falaria isso se treinasse o Grealish do Manchester City, do inglês precisar de formação. Por isso eu acho que é visão de colonizador. 

Acho que esses portugueses vem para cá, acho ótimo, defendo, não sou apaixonado pelo Jesus, tenho críticas a ele, mas não acho legal esse tipo de conduta, falam num tom como se estivéssemos em 1500”, disse Mauro Cezar.

O QUE DISSE MENON?

“Abel Ferreira se comporta diante de brasileiros como José de Anchieta ou Manoel da Nóbrega, também europeus, diante dos indígenas: é preciso ensinar, domesticar, colonizar. Precisamos crescer como homens. Não temos educação. Somos botocudos. Não somos europeus. 

Abel se orgulha de ser português. Se orgulha de ser europeu. Abel Ferreira tem orgulho da colonização portuguesa na África? Quantos e quantos mortos em Angola e Moçambique? E o que a europeia Bélgica fez no Congo?”, publicou o colunista.

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