Em protesto, torcedores pedem 'devolução' do Maracanã

Os manifestantes reclamam que os ingressos tornaram-se muito caros

Cerca de 50 pessoas concentraram-se na porta do Centro Empresarial Botafogo, na Praia de Botafogo (zona sul do Rio), onde funciona a sede da empresa Odebrecht, para reivindicar que seja revogada a concessão do estádio do Maracanã à iniciativa privada

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Rio de Janeiro, RJ, 26 (AFI) – Cerca de 50 pessoas concentraram-se na porta do Centro Empresarial Botafogo, na Praia de Botafogo (zona sul do Rio), onde funciona a sede da empresa Odebrecht, para reivindicar que seja revogada a concessão do estádio do Maracanã à iniciativa privada. A empreiteira é sócia majoritária da concessionária Maracanã Entretenimento, que ganhou o direito de gerir o estádio por 35 anos.

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Os manifestantes reclamam que os ingressos tornaram-se muito caros, o que causou a elitização do público presente aos jogos. “O povo do Rio de Janeiro não frequenta o Maracanã como frequentava antes”, discursou Raul Victor Magalhães, da Frente Nacional dos Torcedores, que organizou o ato em conjunto com o Comitê Popular da Copa e da Olimpíada.

Os manifestantes, alguns vestidos com camisas de Vasco, Botafogo, Flamengo, Fluminense e até do América, repetem palavras de ordem semelhantes aos gritos de torcida: “ô, ô, ô, o Maraca é nosso”, e “é ou não é, Odebrecht mete o pé”.

Cerca de 40 policiais militares fazem a segurança do local. Parte deles fez um cordão de isolamento na entrada do centro empresarial, que baixou as portas de aço. Seguranças da empresa fizeram uma segunda fila, atrás do portão. Os manifestantes pretendem sair em passeata até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras (zona sul), sede do governo do Estado.

A concessionária entregou nesta segunda-feira uma proposta ao governo para manter a concessão mesmo sem o direito de construir lojas e estacionamento na área onde ficam o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare. Após protestos, o governador Sérgio Cabral (PMDB) decidiu que o estádio e o parque não serão mais demolidos, o que colocou em dúvida a continuidade da concessão, já que a concessionária contava com as receitas das lojas e do estacionamento para viabilizar economicamente o negócio.