Blog do Ari - No dérbi 203, judiaram demais da 'pobre' bola

Este futebolzinho espelha com fidelidade o atual estágio empobrecido de Guarani e Ponte Preta nesta Série B do Campeonato Brasileiro

Convenhamos: muito pouco, considerando-se atuações memoráveis do Guarani na história dos dérbis. E a Ponte Preta? Nada fez no ataque.

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Guarani preocupa mais que a Ponte Preta

Campinas, SP, 8 (AFI) – O zero a zero no dérbi campineiro, na tarde deste domingo no Estádio Brinco de Ouro, espelha com fidelidade o atual estágio empobrecido de Guarani e Ponte Preta nesta Série B do Campeonato Brasileiro.

Vão dizer por aí que o goleiro Caíque França, da Ponte Preta, praticou defesas difíceis, mas reflita que apenas a finalização do atacante Júlio César, aos cinco minutos do primeiro tempo, exigiu alguma dificuldade.

No mais, em termos ofensivo ao Guarani, apenas registro para cabeçada do centroavante Lucão, aos 42 minutos do segundo tempo, em que a bola passou perto da trave esquerda, após desatenção do zagueiro Thiago Oliveira, da Ponte Preta.

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Convenhamos: muito pouco, considerando-se atuações memoráveis do Guarani na história dos dérbis.

E a Ponte Preta? Pior ainda porque não exigiu uma defesa sequer do goleiro Kozlinski do Guarani, o que mostra a ineficiência ofensiva de sua equipe, o que igualmente contraria a história do clube neste confronto.

CARTÕES E PASSES ERRADOS

Estatisticamente, este dérbi ficou marcado pela alta incidência de passes errados.

Como esperar evolução de jogadas se o atleta distribui a bola ao adversário.

Jogo picotado geralmente é feio. Ainda bem que apenas 6.544 espectadores se dispuseram a se dirigir ao estádio em partida de torcida única, a bugrina.

Se faltou futebol, sobraram cartões: seis para o Guarani, através de Leandro Vilela, Matheus Pereira, Silas, Giovanni Augusto, Diogo Mateus e Júlio César, enquanto na Ponte Preta os advertidos foram Felipe Amaral, Norberto, Ramon Carvalho e Thiago Oliveira.

TRANSPIRAÇÃO

Da Ponte Preta, em processo de reconstrução no ordenamento técnico-tático, registro apenas para a transpiração, que tem sido a sua marca na competição.

A rigor, terminou a partida mais inteira de que o Guarani.

No mais, ensaio de algumas jogadas pela beirada do campo, principalmente o corredor do lado esquerdo, sem que se observasse sentido de organização para se criar oportunidades.

Tem que se reconhecer a eficiente cobertura no setor, o que permitiu ao lateral-esquerdo Jean Carlos se mandar ao ataque e buscar construções de jogadas por ali.

Todavia, de prático ofensivamente pela equipe, apenas registro para um cruzamento rasteiro de fundo de campo, mas o atacante Lucca não estava atento para completar uma destas jogadas, no segundo tempo.

BEN-HUR

Se dirigentes do Guarani objetivam dar um tempo para observar mais jogos do interino Ben-hur no comando técnico, a questão é dispensável pelo visto neste dérbi.

Primeiro erro: desencorajou os laterais Diogo Mateus e Matheus Pareira para atacarem, como de costume.

A orientação básica foi para que fossem ao ataque apenas na ‘boa’, como se diz na gíria do futebol.

Segundo erro: acompanhou o raciocínio do demitido Daniel Paulista, ao preterir Lukão para insistir na escalação de Nicolas Careca, jogador apenas esforçado, que corre o tempo todo.

Terceiro erro: Incrivelmente o lateral-esquerdo Jean Carlos, da Ponte Preta, nem precisou se preocupar com a marcação.

BRUNO JOSÉ

Tá certo que providencialmente o treinador pontepretano Hélio dos Anjos reservou dobra de marcação por ali, ao posicionar o volante Ramon Carvalho, mas Ben-hur fez exatamente aquilo observado nos tempos de Daniel Paulista: mudança contínua de lados entre os atacantes Bruno José e Júlio César, quando o indicado seria fixar Bruno José pelo lado direito, e adiantado, para receber lançamento em profundidade.

Como das vezes anteriores, foi dado incumbência para que Bruno José fizesse recomposição e se desgastasse já na metade do segundo tempo.

Se Bruno José ficasse adiantado, o reflexo seria confronto direto contra o lento quarto-zagueiro Fabrício, que substituiu Fábio Sanches aos 15 minutos do primeiro tempo, no time pontepretano.

GIOVANNI AUGUSTO

Nada disso ocorreu porque o interino carece de visão objetiva de bola rolando, e faz apenas o convencional.

Sequer conseguiu criar um jeito pra que o seu time tivesse organização de jogadas, ao se constatar a forte marcação que a Ponte Preta aplicou sobre o meia Giovanni Augusto, principalmente através do volante Léo Naldi.

Pelo menos neste particular Hélio dos Anjos foi mais esperto.

Portanto, se a Ponte Preta planeja progressivamente organização técnica-tática mais eficaz, pelo menos o início do processo de ajuste de marcação, a partir da cabeça da área, merece realce.

Ao Guarani, resta a contratação de um treinador que possa extrair mais do elenco, além de contratações de mais duas peças para implementação do processo, quando da abertura do mercado: zagueiro e atacante.

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