A FIFA criou o VAR para ficar. Não foi para fazer uma experiência. Foi para diminuir o número de erros de arbitragem que aconteciam no mundo todo. Esse recurso eletrônico, como se sabe, foi implantado primeiro na Europa. Depois espalhou-se pelo mundo. No Brasil chegou a pouco tempo mas, a cada dia que passa, mais ele fica com sua imagem debilitada.
Tanto que já há torcedores e até dirigentes de clube que garantem que o VAR só é usado para “ajudar” alguns clubes em prejuízo diretos à outros. Eu não acredito nisso e já disse que sou a favor do VAR, mas daí a concordar com a influência que ele passou a ter nos jogos dos principais campeonatos ou torneios brasileiros vai uma distância muito grande. Sugiro até que, para 2022, a CBF se reúna com seus principais responsáveis pela arbitragem e discuta com profundidade esse assunto. Ficar como está é que não dá. É preciso meter o dedo na ferida.
Na reta final do Campeonato Brasileiro, por exemplo, em três partidas aconteceram falhas grotescas contra o Bahia, diante de Flamengo, Juventude e São Paulo. Ou seja, por influência externa, o tricolor baiano foi prejudicado sensivelmente nos jogos que disputou contra esses três clubes e viu sua situação na tabela de classificação do campeonato ser prejudicada de forma bastante negativa.
Em razão disso, o Bahia passou a ser um dos clubes mais ameaçados pelo rebaixamento, quando poderia ser exatamente o contrário, se os árbitros não tivessem errado tanto contra ele. E se o Bahia for rebaixado na atual temporada, quem vai pagar a conta? Só o Bahia, o menos culpado. Ou a CBF iria reconhecer seus erros e daria uma boa compensação ao Bahia? Em tese, acho que nada disso deve acontecer. Se fosse um Flamengo ou um Corinthians, vá lá, aí a CBF agiria. Mas como o Bahia não tem tanto prestígio naquela entidade a CBF vai fingir que não viu nada.
Como disse acima, sou à favor do VAR. Mas não esse que está aí. Por isso, achei altamente positivo que a CBF tenha afastado Gaciba que, até outro dia, era o seu diretor de arbitragem. Gaciba realmente não fez um bom trabalho e mereceu sair. Mostrou-se acomodado quando deveria, isto sim, marcar uma reunião com os árbitros e aqueles que trabalham com o VAR e definir de forma consciente, o que poderia ser feito para melhorar a qualidade do uso do VAR que é um grande sucesso nas competições europeias e um autêntico fracasso no Brasil.
Seria preciso treinar equipes para trabalhar no VAR. Exigir que estas equipes fossem realmente isentas e evitassem entrar muito nos jogos como tem feito. VAR só deveria ser usado numa situação especial quando realmente houvesse um erro grave dentro de campo. Caso contrário, a palavra final deveria ser sempre do juiz, como manda o bom senso
Acho que a primeira atitude da CBF neste momento será achar um nome de consenso para ocupar o lugar de Renato Gaciba. Alguém com bagagem, com moral suficiente para se impor e impor suas ideias. alguém com prestígio nas entidades, clubes e até órgãos de imprensa. Essa escolha, por sinal, deveria ser tomada a partir de agora, sem perda de tempo.
Importante é que a partir do reinício das atividades do futebol no final de janeiro de 2022, todo esse esquema de VAR já estivesse definido e já tivesse passado por uma profunda alteração na sua forma de agir. Aí, quando os estaduais começassem, o VAR já iria agir de forma diferente e uma nova fase da arbitragem brasileira começaria. Depois, quando chegassem o Brasileiro e a Copa do Brasil, os árbitros estariam bem mais acostumados com o novo esquema e não sentiriam tanto o peso da responsabilidade. Mas tudo isso não parece fácil de acontecer.
O surgimento de um NOVO VAR e um NOVO estilo de arbitragem no futebol brasileiro parece estar muito longe de acontecer. Mas eu não vou me calar. Vou insistir e pedir mudanças. Ou nossos árbitros vão continuar a determinar quem vai ser o campeão ou quem será rebaixado?
Com a palavra, a SENHORA CBF.
